A risk parity tem ganhado destaque por oferecer uma abordagem eficiente de gestão de risco, proporcionando maior estabilidade e proteção contra crises (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)
Publicado em 8 de maio de 2025 às 16h52.
Em um cenário econômico instável, a estratégia de "risk parity" (paridade de risco) se destaca ao focar na distribuição do risco, e não no valor investido. Ao equilibrar o risco entre diferentes ativos, ela tem atraído a atenção de grandes fundos globais, que buscam mais do que apenas retornos rápidos. Essa abordagem vem ganhando espaço por oferecer maior estabilidade e resiliência em tempos de volatilidade.
A estratégia de “risk parity” tem como objetivo distribuir o risco de maneira balanceada entre diferentes ativos em uma carteira, em vez de seguir uma alocação proporcional ao valor investido. Em outras palavras, cada ativo dentro da carteira deve contribuir igualmente para o risco total da carteira.
Em uma carteira tradicional, por exemplo, pode-se alocar 60% em ações e 40% em títulos de renda fixa, com a ideia de que as ações oferecem mais retorno, mas com maior volatilidade. Na paridade de risco, a ideia é ajustar o peso dos ativos de forma que o risco gerado por cada um seja equivalente, independentemente do valor investido. Assim, ativos mais voláteis, como as ações, acabam com um peso menor, enquanto os ativos mais seguros, como os títulos de renda fixa, recebem um peso maior, equilibrando a contribuição ao risco total da carteira.
A paridade de risco oferece várias vantagens em um cenário econômico volátil. Fundos globais, como fundos hedge, têm adotado essa estratégia por sua capacidade de reduzir a volatilidade e gerar retornos estáveis, especialmente em períodos de crise. A estratégia também oferece proteção contra choques de mercado, minimizando grandes perdas em crises econômicas.
Entre as vantagens estão a diversificação eficiente de risco e a capacidade de resiliência em diferentes ciclos econômicos. A estratégia reduz a vulnerabilidade a um único ativo ou classe de ativos, oferecendo um equilíbrio que torna a carteira mais estável. Mesmo em tempos de recessão, a risk parity tende a proporcionar perdas menores e retornos mais consistentes.
Embora a paridade de risco ofereça benefícios claros, também existem desafios e limitações a serem considerados. Um dos principais riscos é que a estratégia depende da correlação negativa entre os ativos para funcionar bem. Ou seja, a estratégia assume que os ativos de diferentes classes de risco se comportarão de forma independente ou até contrária em momentos de estresse econômico. Se essa correlação não se materializar, os resultados podem não ser tão positivos quanto esperado.
Outro fator importante é o custo da alavancagem, que pode reduzir os retornos se não for cuidadosamente gerido. Além disso, a gestão ativa da estratégia exige atenção constante e análise cuidadosa do comportamento dos ativos, o que pode ser um desafio para investidores menos experientes ou para fundos que não dispõem de uma estrutura robusta de gestão.