O smart beta representa uma evolução das estratégias de investimento, combinando o melhor da gestão passiva e ativa (Viktoriia Hnatiuk/Getty Images)
Publicado em 7 de maio de 2025 às 16h52.
Última atualização em 7 de maio de 2025 às 17h19.
Investir em ações vai muito além de escolher as empresas mais conhecidas ou seguir as tendências do mercado. Nos últimos anos, uma estratégia intermediária entre a gestão passiva e ativa, chamada smart beta, tem atraído cada vez mais investidores. Ao invés de simplesmente replicar índices tradicionais ou fazer apostas individuais, o smart beta busca otimizar os retornos com base em critérios objetivos e específicos. Mas como funciona essa abordagem e por que ela tem se mostrado tão eficaz? Entenda.
Diferentemente dos índices tradicionais, que geralmente ponderam os ativos de acordo com o valor de mercado das empresas (capitalização), os índices smart beta se baseiam em regras sistemáticas para selecionar e ponderar os papéis. Isso significa que, em vez de simplesmente investir mais nas empresas de maior valor de mercado, o smart beta distribui os investimentos de acordo com fatores que historicamente mostram desempenho superior.
O smart beta oferece uma abordagem mais técnica e menos concentrada do que os modelos tradicionais baseados apenas na capitalização de mercado.Os índices smart beta seguem regras claras e objetivas para selecionar os ativos que compõem a carteira e determinar sua ponderação. Essas regras são baseadas em fatores específicos que, historicamente, têm mostrado uma relação positiva entre risco e retorno. Os principais fatores utilizados incluem:
Ao focar essas características, o smart beta ajuda a evitar a concentração excessiva em grandes empresas e busca uma diversificação eficiente da carteira. O resultado é um portfólio mais equilibrado, com um potencial maior de retorno ajustado ao risco.
A principal diferença entre os índices smart beta e os índices tradicionais está na ponderação dos ativos. Enquanto índices como o Ibovespa ou o S&P 500 atribuem mais peso às empresas com maior valor de mercado, o smart beta prioriza critérios como valor, qualidade ou volatilidade.
Essa abordagem permite uma alocação mais eficiente dos recursos e reduz a exposição a empresas que podem ser supervalorizadas devido a ciclos especulativos ou de curto prazo. Além disso, a metodologia do smart beta é baseada em regras objetivas e replicáveis, o que confere maior previsibilidade à estratégia.
As vantagens do smart beta são bastante atrativas: ele oferece uma melhor diversificação dos investimentos, com um potencial de retorno ajustado ao risco que pode superar os índices tradicionais. Além disso, a estratégia reduz o viés subjetivo presente na gestão ativa e traz maior transparência nas regras de seleção e ponderação dos ativos.
No entanto, é importante lembrar que o desempenho passado de um fator não garante que ele se repetirá no futuro. Também, como os critérios de seleção são fixos, pode haver momentos em que a estratégia fique exposta a ciclos desfavoráveis do mercado, o que exige atenção do investidor.
No Brasil, a B3, em parceria com a S&P Dow Jones Indices, lançou opções locais de smart beta, como:
Esses índices oferecem aos investidores brasileiros uma forma prática de acessar estratégias sofisticadas, por meio de ETFs (fundos de índice negociados em bolsa), mantendo a eficiência de custo característica da gestão passiva.
O smart beta representa uma evolução das estratégias de investimento, combinando o melhor da gestão passiva e ativa. Ele oferece aos investidores a oportunidade de capturar ganhos adicionais, com base em fatores de risco amplamente estudados, sem abrir mão da disciplina e da transparência. Com o smart beta, é possível construir uma carteira mais robusta, diversificada e com potencial de retorno superior, ajustado ao risco.