As debêntures incentivadas são ideais para investidores dispostos a assumir mais riscos em troca de uma possível rentabilidade superior (Getty Images/Getty Images)
Publicado em 23 de abril de 2025 às 17h29.
Quando se trata de investir, entender as opções disponíveis é essencial para tomar decisões mais assertivas. O Tesouro Direto e as debêntures incentivadas são duas dessas alternativas que, embora compartilhem o objetivo de gerar retorno, possuem características bastante distintas. Enquanto o Tesouro Direto é um investimento de baixo risco e alta liquidez, as debêntures incentivadas, por sua vez, podem oferecer rentabilidade superior, mas com maior risco envolvido. Saber as diferenças entre esses dois tipos de investimentos pode ser determinante para alinhar sua estratégia financeira aos seus objetivos e perfil de risco.
O Tesouro Direto é uma plataforma de compra e venda de títulos públicos do Governo Federal. Criado para facilitar o acesso de pessoas físicas ao mercado de dívida pública, ele oferece uma série de títulos com diferentes prazos e rentabilidades, sendo amplamente conhecido pela sua segurança. Investindo no Tesouro Direto, o investidor empresta dinheiro ao governo, que em troca paga juros sobre o valor investido.
Já as debêntures incentivadas são títulos de dívida emitidos por empresas privadas. No caso das incentivadas, elas estão ligadas a projetos de infraestrutura, como estradas, aeroportos ou energia renovável. Esses investimentos atraem capital para áreas essenciais do país, e, em troca, oferecem aos investidores isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos, o que aumenta sua atratividade.
Um dos principais fatores a considerar ao escolher entre o Tesouro Direto e as debêntures incentivadas é o risco envolvido. O Tesouro Direto é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado, já que é garantido pelo próprio Governo Federal. Isso significa que o risco de calote é praticamente inexistente, o que o torna ideal para investidores conservadores.
Por outro lado, as debêntures incentivadas são emitidas por empresas privadas, e, portanto, apresentam um risco de crédito mais elevado. O investidor está sujeito à saúde financeira da empresa emissora, que pode enfrentar dificuldades e até deixar de honrar os pagamentos. Além disso, essas debêntures não têm garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que torna o investimento mais arriscado.
Outro ponto relevante é a questão tributária. O Tesouro Direto sofre a incidência de Imposto de Renda (IR), com alíquotas que variam de 15% a 22,5% dependendo do prazo de resgate. Apesar disso, ele continua atraente para quem busca um investimento de baixo risco.
Já as debêntures incentivadas oferecem uma grande vantagem, são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas. Isso pode resultar em uma rentabilidade líquida superior à dos investimentos no Tesouro Direto, especialmente para aqueles que buscam otimizar a tributação sobre seus rendimentos. No entanto, é importante ressaltar que a rentabilidade das debêntures depende também do risco da empresa emissora.
Em termos de liquidez, o Tesouro Direto se destaca pela facilidade de resgate. Com a possibilidade de vender os títulos a qualquer momento, o investidor tem acesso ao seu dinheiro rapidamente, em até um dia útil. Essa alta liquidez é um atrativo importante para quem busca flexibilidade.
As debêntures incentivadas, por outro lado, têm liquidez menor. Isso porque o investidor depende da existência de compradores interessados no mercado secundário. Além disso, a venda pode ser feita com deságio, ou seja, o investidor pode não conseguir vender a debênture pelo valor que pagou.
A escolha entre o Tesouro Direto e as debêntures incentivadas depende do perfil e dos objetivos de cada investidor. O Tesouro Direto é uma boa opção para quem busca segurança, alta liquidez e não se importa com a tributação sobre os rendimentos. Já as debêntures incentivadas são ideais para investidores dispostos a assumir mais riscos em troca de uma possível rentabilidade superior, além de se beneficiarem da isenção de impostos.
Em ambos os casos, é importante avaliar suas necessidades financeiras, seu apetite por risco e seu horizonte de investimentos para tomar a melhor decisão.