Com a estratégia certa, os fundos de debêntures incentivadas podem ser uma peça-chave para diversificar sua carteira e aumentar a rentabilidade de longo prazo (RafaPress/Getty Images)
Publicado em 26 de maio de 2025 às 16h00.
Aplicar em renda fixa deixou de ser sinônimo de ganhos tímidos há algum tempo — especialmente quando se trata das debêntures incentivadas, que unem isenção de imposto de renda e retornos acima da média. Para quem busca alternativas mais rentáveis sem abrir mão da previsibilidade, os fundos que investem nesses papéis surgem como uma opção atrativa.
As debêntures incentivadas são títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura, como rodovias, energia ou saneamento. O diferencial está no incentivo fiscal: os rendimentos são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, o que aumenta a rentabilidade líquida do investimento.
Esses papéis têm prazo e taxas definidos no momento da emissão, mas, quando adquiridos por meio de um fundo, o investidor não precisa escolher cada ativo individualmente. O gestor do fundo monta uma carteira diversificada com diferentes debêntures, o que dilui riscos e facilita o acesso.
Esses fundos são estruturados para aplicar majoritariamente em debêntures de infraestrutura, e seu rendimento depende dos papéis escolhidos, do prazo e da gestão ativa da carteira. Eles podem distribuir rendimentos periódicos ou reinvestir os ganhos, e estão disponíveis em plataformas de investimento com aporte inicial variável.
Como a isenção fiscal vale apenas para pessoas físicas, é importante verificar se o fundo possui essa estrutura — alguns produtos perdem o benefício por serem classificados como exclusivos ou institucionais.
Considerando uma rentabilidade média de 15% ao ano e a isenção de IR, o valor investido pode crescer de forma significativa. Em um cenário de juros compostos, com reinvestimento dos rendimentos, os R$ 25 mil se transformariam em aproximadamente R$ 43.725 ao fim de quatro anos.
Esse rendimento é líquido, já que não há desconto de imposto — um dos maiores atrativos dessa categoria.
Apesar das vantagens, é preciso observar alguns pontos antes de investir em fundos de debêntures incentivadas. Esses fundos não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que significa que, em caso de inadimplência da empresa emissora, não há garantia de recuperação dos valores aplicados — ao contrário do que ocorre com CDBs, LCIs e outras aplicações cobertas.
Como ocorre em qualquer fundo de investimento, há cobrança de taxa de administração. Em alguns casos, também pode haver taxa de performance, o que impacta diretamente a rentabilidade líquida.
A liquidez também pode ser limitada. Nem todos os fundos permitem o resgate imediato dos recursos. O investidor deve se informar sobre prazos de cotização e pagamento.
Por fim, existe o risco de crédito, ou seja, a possibilidade de a empresa emissora da debênture não honrar seus compromissos. Nesse caso, o valor de mercado do fundo pode ser prejudicado, mesmo com a gestão diversificada da carteira.
Antes de aplicar, analise o regulamento do fundo, histórico de desempenho e perfil de risco. Com a estratégia certa, os fundos de debêntures incentivadas podem ser uma peça-chave para diversificar sua carteira e aumentar a rentabilidade de longo prazo.