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Ações da Duolingo despencam 25% e têm pior dia da história da empresa

Luis von Ahn, CEO e cofundador da plataforma de aprendizado, defendeu a estratégia da companhia de focar na expansão de usuários em vez da monetização

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 19h12.

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As ações da Duolingo sofreram uma queda de 25% nesta quinta-feira após a empresa divulgar previsões de crescimento abaixo das expectativas. O desempenho ocorre em meio à estratégia da plataforma de aprendizado de idiomas de priorizar a expansão de usuários em vez de focar na monetização no curto prazo.

Essa foi a maior queda da história da empresa.

"Fizemos uma pequena mudança na forma como investimos no último trimestre, direcionando mais recursos para projetos de longo prazo, pois acreditamos que isso representa uma grande oportunidade à frente", declarou o CEO e cofundador, Luis von Ahn, em entrevista à CNBC.

Para o trimestre atual, a Duolingo espera que as reservas fiquem entre US$ 329,5 milhões e US$ 335,5 milhões, abaixo da estimativa de US$ 344,3 milhões feita pela FactSet. O EBITDA ajustado deve ficar entre US$ 75,4 milhões e US$ 78,8 milhões, enquanto a previsão era de US$ 80,5 milhões.

A plataforma conseguiu aumentar sua base de assinantes pagos para 11,5 milhões, superando a previsão de 11,38 milhões da StreetAccount, empresa de pesquisa de mercado. No entanto, o número de usuários ativos diários e mensais ficou abaixo do esperado, com 50,5 milhões e 135,3 milhões, respectivamente. Analistas esperavam 51,2 milhões de usuários diários e 137,4 milhões de usuários mensais.

Conflito de interesses

Recentemente, a Duolingo implementou várias ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA), incluindo um recurso de videochamada interativa com o objetivo de atrair mais assinantes pagantes. A empresa também lançou novos cursos de idiomas de forma acelerada, utilizando IA para otimizar esse processo.

"Existem situações em que monetização e crescimento de usuários entram em conflito, e parte do meu trabalho sempre foi encontrar o equilíbrio entre esses dois aspectos", explicou von Ahn. "Nos últimos meses, realmente mudamos esse equilíbrio, dando maior prioridade ao crescimento de usuários."

A receita da Duolingo cresceu 41% no trimestre, totalizando US$ 272 milhões, superando a previsão dos analistas, que era de US$ 260 milhões. As reservas totais também aumentaram 33% em comparação ao ano passado, atingindo cerca de US$ 282 milhões, superando as expectativas.

O lucro líquido saltou para US$ 292,2 milhões, ou US$ 5,95 por ação, comparado a US$ 23,4 milhões, ou US$ 0,49 por ação, no mesmo período do ano anterior. A empresa atribuiu esse aumento ao benefício fiscal extraordinário de US$ 222,7 milhões.

A Duolingo revisou para cima sua projeção de receita para o ano, entre US$ 1,0275 bilhão e US$ 1,0315 bilhão, superando a estimativa anterior de US$ 1,01 bilhão a US$ 1,02 bilhão.

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