Gol: acionistas aprovaram o plano apresentado para a saída do Chapter 11. (Array/Reprodução)
Repórter de Mercados
Publicado em 30 de maio de 2025 às 15h10.
Última atualização em 30 de maio de 2025 às 17h48.
As ações da Gol (GOLL4) dispararam na tarde desta sexta-feira, 30. Os papéis fecharam em alta 13,07%. Mais cedo, a companhia informou que seus acionistas aprovaram o plano apresentado para a saída do Chapter 11, o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.
A decisão foi tomada em assembleia-geral extraordinária e assembleia especial de preferencialistas, nas quais os acionistas aprovaram todas as matérias propostas. Isso inclui um aumento de capital por meio da conversão de créditos devidos pela companhia em ações. A operação está estruturada para levantar, no mínimo, R$ 5,34 bilhões e, no máximo, R$ 19,24 bilhões.
A capitalização envolve a emissão de um volume extraordinário de 3,6 trilhões a 13,1 trilhões de ações ordinárias, além de 430 bilhões a 1,5 trilhão de preferenciais.
O preço de emissão foi fixado em R$ 0,0002857142 para ações ordinárias e R$ 0,01 para preferenciais.
"As aprovações que recebemos hoje representam um dos marcos finais do nosso processo supervisionado pelo tribunal, abrindo caminho para a conclusão da nossa reestruturação no curto prazo”, afirmou Celso Ferrer, CEO da Gol em comunicado enviado ao mercado.
A Gol entrou com pedido em janeiro de 2024, com dívida bruta de R$ 23,7 bilhões, tendo seu plano aprovado pela Justiça em maio de 2025.
Durante a reestruturação, a Gol conseguiu captar cerca de US$ 1,9 bilhão, valor utilizado para quitar o processo, diminuir substancialmente seu endividamento e reforçar sua saúde financeira e operacional.
A empresa também obteve redução de cerca de US$ 1,6 bilhão em dívidas financeiras e US$ 800 milhões em outras obrigações, por meio de acordos com credores e conversões em capital.
Além disso, a Gol firmou acordos com o governo brasileiro para reduzir impostos governamentais não pagos, contingências e outros passivos em aproximadamente US$ 750 milhões e gerar aproximadamente US$ 184 milhões de liquidez até 2029.
Um marco relevante do processo foi a negociação de pacotes de concessões no valor total de US$ 1,1 bilhão com arrendadores.
No primeiro trimestre de 2025, a companhia aérea registrou uma dívida bruta total de R$ 33,2 bilhões, representando um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2024.
O crescimento foi impulsionado principalmente pela desvalorização cambial e pelo saldo remanescente do financiamento DIP Loan (Debtor-in-Possession Loan), captado durante o processo de reestruturação sob o Chapter 11 nos Estados Unidos.
A composição dessa dívida inclui aproximadamente R$ 22 bilhões em empréstimos e financiamentos, dos quais R$ 5,1 bilhões referem-se ao DIP Loan, e cerca de R$ 11,3 bilhões em passivos de arrendamentos de aeronaves.
A expectativa é que a GOL saia do Chapter 11 em junho de 2025, com uma posição de liquidez de US$ 900 milhões, alavancagem reduzida, 5,4 vezes no momento da saída, e meta de alcançar alavancagem líquida de 2,9 vezes até o fim de 2027.