Ozempic: a dinamarquesa Novo Nordisk é pioneira das drogas injetáveis contra obesidade e diabetes (Roberto Pfeil/picture alliance/Getty Images)
Repórter
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 10h49.
As ações da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, estão em queda nesta sexta-feira, 17, depois que o presidente americano Donald Trump prometeu preços mais baixos para o medicamento contra obesidade e diabetes nos Estados Unidos.
No começo do dia, os papeis da farmacêutica chegaram a cair 5%. Por volta das 10h35, no horário de Brasília, registravam baixa de 3,25%. A rival americana Eli Lily também abriu em queda de quase 3% nesta sexta-feira, 17.
Na última quinta-feira, 16, em uma coletiva de imprensa, Trump disse que o preço do Ozempic ficará "muito mais barato" assim que o governo americano concluir negociações com a empresa dinamarquesa. O presidente sugeriu que o medicamento poderia chegar a custar US$ 150 no país.
Desde o começo do ano, nos EUA, a Novo Nordisk reduziu pela metade o preço do Ozempic para pessoas que não conseguem o remédio pelo plano de saúde para US$ 499.
Em um evento com Trump para anunciar a redução dos custos de tratamentos de fertilização in vitro, Mehmet Oz, diretor do Centro de Serviços de Medicare e Medicaid, afirmou que as negociações com a Novo Nordisk ainda estão em andamento e só serão concluídas quando o presidente estiver satisfeito com os termos.
Em comunicado, a empresa dinamarquesa confirmou que mantém “diálogo com a Casa Branca” e disse continuar “focada em melhorar o acesso e a acessibilidade para os pacientes”.
O governo americano intensificou a pressão sobre grandes farmacêuticas para reduzir os preços de medicamentos no país, em meio a uma política mais agressiva da Casa Branca para enfrentar o alto custo dos tratamentos.
Desde que retornou à presidência, Trump tem condicionado negociações com o setor a cortes de preços para consumidores americanos, inclusive com a ameaça de impor tarifas de importação caso não haja acordo, segundo informações do jornal britânico Financial Times.
Trump tem dito, por exemplo, que medicamentos contra obesidade custam uma fração do preço no Reino Unido em relação ao que é cobrado nos Estados Unidos. Em média, os remédios de marca são de duas a três vezes mais caros no mercado americano do que na Europa.
Em setembro, a farmacêutica Pfizer fechou um acordo com a administração Trump para reduzir o preço de alguns medicamentos. No caso da Eli Lilly, que era apontada como a próxima a firmar um acordo semelhante, as negociações com a Casa Branca ainda estão em andamento.