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Ações da Novo Nordisk caem após falha de pílula do Ozempic contra Alzheimer

Segundo a empresa, os pacientes que tomaram o comprimido não apresentaram melhora na progressão da doença com base em avaliações cognitivas

Publicado em 24 de novembro de 2025 às 08h47.

As ações da Novo Nordisk operavam em queda na manhã desta segunda-feira, 24, após a empresa anunciar que a versão em pílula do Ozempic falhou em dois grandes estudos avançados que investigavam o uso do remédio para o tratamento do Alzheimer. Às 8h46, no horário de Brasília, os papéis tinham queda de quase 10% no pré-mercado americano.

Segundo a empresa, os pacientes que tomaram o comprimido não apresentaram melhora na progressão da doença com base em avaliações cognitivas.

O medicamento testado foi o Rybelsus, versão oral do semaglutida atualmente aprovada apenas para diabetes tipo 2. Assim como o Ozempic e o Wegovy, o Rybelsus é um agonista de GLP-1, classe de medicamentos que já obteve sucesso no tratamento da obesidade.

A expectativa da Novo era ampliar o uso do composto para o Alzheimer, mercado bilionário com poucas opções terapêuticas. Com os resultados negativos, a farmacêutica cancelou a extensão de um ano dos estudos clínicos.

Por que a Novo Nordisk testava o Ozempic contra o Alzheimer

A Novo Nordisk passou a investigar o uso do semaglutida no Alzheimer após dados observacionais apontarem menor incidência da doença em pacientes diabéticos que usavam agonistas de GLP-1.

Dados de registros médicos na Dinamarca mostraram que o liraglutida (Victoza), versão anterior da classe, estava associado a até 20% menos risco de demência. A hipótese era que o fármaco poderia agir sobre inflamações cerebrais, circulação sanguínea e proteção neuronal.

Estudos com mais de 1,7 milhão de pacientes reforçaram essa hipótese inicialmente: o uso de semaglutida esteve relacionado a uma redução de 46% no risco de demência por Alzheimer em comparação ao uso de insulina.

Com base nessas evidências, a farmacêutica lançou os estudos EVOKE e EVOKE+, voltados para pacientes com doença em estágio inicial. Os ensaios clínicos, porém, não demonstraram benefício clínico mensurável.

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