Redatora
Publicado em 16 de julho de 2025 às 09h18.
As ações da Renault registraram forte queda nesta quarta-feira, 16, após a montadora francesa cortar suas projeções financeiras para 2025 e anunciar uma mudança inesperada na presidência. Os papéis negociados em Paris chegaram a cair 17%, renovando a mínima de 52 semanas e caminhando para o pior desempenho diário desde março de 2020.
Em comunicado divulgado na noite de terça-feira, a empresa informou que agora projeta uma margem operacional de cerca de 6,5% para este ano, abaixo da meta anterior, que era de cerca de 7%.
A expectativa de geração de caixa livre também foi reduzida para um intervalo entre € 1 bilhão e € 1,5 bilhão, ante a previsão anterior de € 2 bilhões ou mais.
Apesar de ter se saído melhor do que muitos concorrentes europeus nos últimos trimestres, impulsionada por uma série de novos lançamentos, a Renault vem enfrentando demanda enfraquecida na Europa e crescente pressão da concorrência chinesa.
Outro fator que pesou sobre os papéis foi a transição de liderança. A companhia anunciou Duncan Minto, atual diretor financeiro do grupo, como CEO interino após a saída abrupta de Luca de Meo no mês passado, encerrando um mandato de cerca de cinco anos à frente da empresa.
Durante o período de transição, Minto dividirá a gestão com Jean-Dominique Senard, que assumirá como presidente da Renault s.a.s., a empresa operacional do grupo.
O anúncio repercutiu negativamente entre analistas. O Deutsche Bank reduziu o preço-alvo das ações de € 55 para € 47, destacando que, embora a nova margem ainda seja sólida em comparação aos pares, o alerta de lucro afeta o sentimento dos investidores.
A Renault deve divulgar seus resultados semestrais no dia 31 de julho. No embalo da notícia, outras montadoras europeias também recuaram: as ações da Stellantis caíam 4%, enquanto os papéis da Volkswagen perdiam 2%.