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Ações da SAP disparam mais de 9% após resultados positivos no 1º trimestre

Empresa teve lucro operacional ajustado de € 2,5 bilhões no primeiro trimestre, bem acima da expectativa de € 2,2 bilhões

SAP: transição para o modelo de receita recorrente tem sido um pilar da estratégia (Ralph Orlowski/Reuters)

SAP: transição para o modelo de receita recorrente tem sido um pilar da estratégia (Ralph Orlowski/Reuters)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 23 de abril de 2025 às 11h02.

As ações da SAP disparam na quarta-feira, 23, após a empresa divulgar um lucro operacional ajustado de 2,5 bilhões no primeiro trimestre — alta de 58%, bem acima da expectativa de 2,2 bilhões, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg.

Às 10h40 (horário de Brasília), os papéis da empresa subiam 9,82%, negociados a 239,95 na Bolsa de Frankfurt.

O bom desempenho, impulsionado pela forte demanda por soluções em nuvem e cortes de custos, reforça o momento positivo da SAP, que se consolidou como a empresa mais valiosa da Europa após superar a farmacêutica Novo Nordisk no mês passado.

“Esse lucro operacional é prova da nossa disciplina de custos”, afirmou o CFO Dominik Asam.

A receita da SAP subiu 11% na comparação anual, para 9 bilhões, com destaque para a área de nuvem: a receita nesse segmento cresceu 26%, somando  4,99 bilhões.

A companhia confirmou a meta de receita em nuvem para 2025 entre 21,6 bilhões e 21,9 bilhões, apesar das incertezas macroeconômicas, como o impacto potencial das tarifas comerciais dos EUA.

“O que estamos ouvindo dos clientes é que nosso software está mais relevante do que nunca”, disse o CEO Christian Klein à CNBC. Segundo ele, a SAP tem ajudado empresas a manter suas cadeias de suprimentos resilientes em um ambiente de tarifas imprevisíveis.

A resiliência da empresa foi destacada também por analistas. O Deutsche Bank classificou os resultados como “uma aula de resiliência”, elogiando a capacidade da SAP de proteger sua lucratividade mesmo em um cenário adverso.

A transição para o modelo de receita recorrente tem sido um pilar da estratégia da SAP. No último trimestre, 86% da receita total teve origem recorrente, o que, segundo Klein, dá previsibilidade e estabilidade à operação.

Além disso, a companhia vem passando por uma reestruturação desde o início do ano, com previsão de cortar até 8 mil empregos em um esforço para adaptar suas operações à era da inteligência artificial. A mudança também visa aumentar a margem operacional — que ficou em 27,2% no trimestre, cerca de 2,5 pontos percentuais acima do consenso de mercado, segundo a Bloomberg Intelligence.

Com a disparada dos papéis nesta manhã, a ação da SAP acumula alta de 36% nos últimos 12 meses, recuperando parte das perdas recentes provocadas pelas preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Analistas de bancos como JPMorgan, TD Cowen e Metzler elevaram os preços-alvo da ação e reiteraram a confiança na capacidade da empresa de atravessar esse cenário global mais volátil sem comprometer o crescimento. A SAP, segundo eles, está bem posicionada para capturar valor com o avanço da inteligência artificial e a digitalização das operações corporativas.

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