Mercado diminui posição no varejo em meio ao desaquecimento no setor (Tom Werner/Getty Images)
Redator
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 15h55.
Uma pesquisa de sentimento em relação a ações de varejis, realizada pelo BTG Pactual (mesmo grupo de controle de EXAME) junto a investidores, aponta que eles reduziram exposição a ações do setor, principalmente em marcas de vestuário, as apostas mais consensuais há meses atrás.
O levantamento, que leva em consideração os papéis de 29 varejistas, mostra que os investidores reduziram em 8% a exposição no setor, na comparação com a pesquisa realizada em junho. Isso também se deve a uma potencial desaceleração do consumo à frente, dado o cenário de taxas de juros ainda altas. "Vemos pouco espaço para revisões altistas", escreveram os analistas do BTG.
A pesquisa contou com 84 respondentes, sendo 17% de investidores estrangeiros. Mais da metade (58%) está com posição neutra em relação ao setor. Cerca de um quarto da amostra (24%) está overweight, ou seja, comprado no setor. E os demais 18% estão vendidos (underweight). O percentual de comprados na pesquisa anterior era de 62%.
A maioria dos respondentes da pesquisa (60%) não espera mudar de posição, enquanto 30% pretendem aumentar exposição no setor e 10% miram em uma redução.
Dentro dessa dinâmica, algumas ações se destacam como preferidas. A tese de Smartfit (SMFT3) tem 21% da preferência dos entrevistados, seguida pela de Vivara (VIVA3), com 16%, Mercado Livre (MELI34), com 14%; C&A (CEAB3), com 11% e Assai (ASAI3), com 10% da preferência.
Outrora favoritas, Lojas Renner (LREN3) caiu de 13% para 7% da preferência dos investidores, e Azzas 2154 (AZZA3), de 11% para 4%.
Na ponta contrária, entre as ações que estão mais "vendidas", Natura (NATU3) aparece em primeiro lugar, com 27% dos votos (ante 9% na pesquisa anterior). Magalu aparece na sequência, com 15%.
RD Saúde, ex-Raia Drogasil, tem subido no conceito das casas de análise e também passou por um viés na pesquisa feita pelo BTG. No levantamento de junho, a empresa era a tese short de 24% dos investidores - e agora é a de 3%. Os investidores melhoraram as previsões para os resultados da varejista farmacêutica, prevendo lucro entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,2 bilhão para o ano cheio de 2025. Para 2026, entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,6 bilhão
Para Lojas Renner, a previsão é de crescimento entre 7% e 9% nas vendas mesmas lojas do terceiro trimestre. O BTG está na ponta inferior dessas estimativas, prevendo um avanço de 7,5%. Mais da metade dos entrevistados (52%) estão de acordo com o consenso do mercado, que aponta para lucro líquido entre R$ 1,7 bilhão e R$ 1,75 bilhão no período.
Para C&A, a maioria dos investidores do levantamento (69%) prevê crescimento de vendas mesmas lojas entre 9% e 11% no terceiro trimestre. Para o lucro líquido de 2026, 64% apostam em uma cifra entre R$ 500 milhões e R$ 550 milhões, enquanto 27% esperam algo acima de R$ 550 milhões.
Já em relação a Azzas (AZZA3), o BTG identificou uma redução de 5% nas previsões de lucro líquido da companhia em relação ao levantamento de junho. Dos entrevistados, 46% esperam por uma cifra entre R$ 700 milhões e R$ 750 milhões. Já 34%, esperam por um valor entre R$ 650 milhões e R$ 700 milhões.