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Ações do Alibaba caem 5% após lucro trimestral frustrar expectativas

Receita e lucro da gigante chinesa vieram abaixo do previsto, apesar de avanço em e-commerce, nuvem e inteligência artificial

 (Costfoto/NurPhoto/Getty Images)

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Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 15 de maio de 2025 às 09h43.

As ações do Alibaba recuam 5% no pré-mercado dos Estados Unidos nesta quinta-feira, 15, após a companhia divulgar resultados abaixo do esperado no quarto trimestre fiscal, encerrado em março. A gigante chinesa de e-commerce ficou aquém das projeções do mercado tanto em receita quanto em lucro.

A receita foi de 236,5 bilhões de yuans (US$ 32,6 bilhões), levemente abaixo da estimativa de 237,2 bilhões de yuans. O lucro líquido, por sua vez, despencou para 12,4 bilhões de yuans, ante expectativa de 24,7 bilhões.

Apesar disso, a receita cresceu 7% na comparação anual, e o lucro líquido avançou 279% sobre uma base fraca. Segundo a empresa, o resultado foi impactado negativamente por perdas ligadas à venda de subsidiárias, compensadas por maior resultado operacional e ajustes em participações acionárias.

Concorrência pressiona

O braço de e-commerce doméstico do Alibaba, que inclui as plataformas Taobao e Tmall, teve crescimento de 9%, com receita de 101,4 bilhões de yuans. A receita com serviços aos vendedores das plataformas, como marketing, subiu 12% no ano, impulsionando o desempenho da unidade.

Para estimular o consumo, o Alibaba ampliou sua parceria com a rede social Xiaohongshu (conhecida como Rednote), permitindo que usuários incluam links diretos para produtos no Taobao.

A companhia, porém, segue enfrentando forte concorrência local, em meio a uma guerra de preços com rivais como JD.com e PDD. Ao mesmo tempo, o cenário macroeconômico da China, marcado por incertezas e impactos da guerra comercial com os EUA, segue afetando a confiança do consumidor.

Aposta em IA

A área de computação em nuvem registrou alta de 18% na receita, totalizando 30,1 bilhões de yuans no trimestre, com destaque para o crescimento no segmento de nuvem pública e produtos relacionados à inteligência artificial.

Em abril, o Alibaba lançou o Qwen 3, nova versão do seu modelo de linguagem de código aberto, usado para alimentar o assistente virtual Quark. A companhia afirmou que a receita com produtos de IA teve crescimento de três dígitos pelo sétimo trimestre consecutivo, mas não detalhou os números.

O mercado acompanha de perto a atuação da empresa em IA, em meio a uma disputa acirrada no setor na China. O avanço da DeepSeek e os investimentos crescentes da Tencent, que aumentou em 91% seu capex no primeiro trimestre, elevam ainda mais a pressão competitiva sobre a Alibaba.

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