Redatora
Publicado em 27 de maio de 2025 às 06h28.
Última atualização em 27 de maio de 2025 às 06h43.
Na volta do feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, os investidores operam hoje em ritmo de cautela, focados em duas frentes principais: o adiamento pelo presidente Donald Trump do aumento das tarifas sobre produtos da União Europeia para 9 de julho, e a publicação de uma série de dados domésticos que começa com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de maio, previsto para às 9h.
No exterior, a agenda desta terça-feira é dominada por dados de menor impacto, como o índice de confiança do consumidor nos EUA, previsto para as 11h. Antes, às 9h30, saem as encomendas de bens duráveis de abril nos EUA.
No Brasil, o IPCA-15 deve acelerar ligeiramente para 0,44% em maio, segundo a mediana das pesquisas, com alta prevista para preços administrados, serviços e serviços subjacentes, enquanto alimentação e bens industriais devem desacelerar. A confirmação dessa tendência pode ser decisiva para as expectativas do mercado sobre o fim do ciclo de alta da Selic, atualmente em 14,75%. No entanto, a decisão final ainda depende da leitura dos próximos dados de emprego e PIB.
As medidas fiscais anunciadas pelo governo, incluindo o aumento do IOF sobre operações no exterior, seguem gerando desconforto no mercado. Diante da forte reação negativa, o governo recuou e decidiu revogar o decreto, mas o estrago político já estava feito. O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi às redes sociais criticar o Executivo, afirmando que “quem gasta mais do que arrecada, não é vítima, é autor”. A crise abriu mais uma frente de tensão entre o Planalto e o Legislativo e elevou a percepção de risco fiscal.
A agenda doméstica também inclui reuniões importantes: o Banco Central fará leilão de linha para rolagem de US$ 1 bilhão entre 10h30 e 10h35, e seu presidente, Gabriel Galípolo, participa de café da manhã com líderes do Senado às 8h30, além de reuniões do Comitê de Estabilidade Financeira ao longo do dia. A Comissão Especial do IR e a Comissão de Finanças da Câmara realizam audiências públicas com representantes da Receita e do Tesouro, onde o tema do aumento do IOF deve ser debatido.
Os mercados globais operam em alta nesta terça-feira, 27, com os investidores reagindo à combinação de dados econômicos positivos na Ásia e na Europa e à trégua temporária nas tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,51%, impulsionado pela queda nos rendimentos dos títulos do governo, em meio a expectativas de menor emissão de papéis de longo prazo. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,39%, revertendo perdas iniciais, enquanto o CSI 300, da China, caiu 0,52%, apesar da aceleração nos lucros industriais em abril. O Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,27%, e o S&P/ASX 200, da Austrália, ganhou 0,56%.
Na Europa, os principais índices operam em alta moderada, com o Stoxx 600 subindo 0,2% e o FTSE 100 avançando 0,8%. O destaque do dia foi a divulgação de que a Alemanha ultrapassou o Japão como maior credor líquido do mundo em 2024, encerrando uma liderança japonesa de 34 anos. A inflação da França desacelerou em maio, e a confiança do consumidor alemão subiu pelo terceiro mês seguido, mesmo com sinais de cautela diante das incertezas econômicas.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em forte alta após o fim do feriado de segunda-feira. Os futuros do Dow Jones avançam 1,03%, enquanto S&P 500 e Nasdaq 100 sobem 1,22% e 1,4%, respectivamente.