Aterro da Ciclus Rio, em Seropédica (RJ) | Reprodução das redes sociais
Repórter de negócios e finanças
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 08h48.
Última atualização em 20 de agosto de 2025 às 08h56.
A Simpar (SIMH3), holding controladora da JSL (JSLG3), Movida (MOVI3), Vamos (VAMO3) e Automob (AMOB3) anunciou a venda de uma das suas empresas não-listadas. O ativo em questão é a Ciclus Ambiental, empresa que atua há pelo menos duas décadas na gestão de resíduos, oferecendo serviços como coleta, varrição e transbordo. A compradora é a Aegea Saneamento, que vai desembolsar R$ 1,1 bilhão na transação, de acordo com fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Debaixo da Ciclus Ambiental está a Ciclus Rio, que opera, desde 2010, um aterro sanitário bioenergético em Seropédica (RJ), o maior da América Latina, de acordo com a Simpar. A área possui 3,7 milhões de metros quadrados e processa 10 mil toneladas de resíduos por dia, informa o fato relevante. Metade do biogás captado no aterro é transformado em biometano.
"A operação também transforma chorume em água desmineralizada, unindo eficiência, inovação e responsabilidade socioambiental", explica o fato relevante.
A Ciclus Rio chega ao portfólio da Aegea com uma dívida líquida de R$ 804 milhões, fazendo com que o valor intrínseco da transação (enterprise value) ultrapasse R$ 1,9 bilhão. Assim, a empresa amplia a atuação na gestão de resíduos, iniciada em 2023.
Naquele ano, a Aegea assinou contrato de consórcio com a Engep Ambiental, do Grupo Multilixo, para fazer a gestão de resíduos sólidos urbanos em nove cidades da região do Cariri, no Ceará, por meio do Regenera Cariri.
"Para a Ciclus Rio, ao integrar-se a uma plataforma completa de soluções em saneamento, a empresa continuará em sua expansão, usufruindo da expertise da Aegea nesse segmento", afirma a Simpar, no fato relevante, acrescentando que a venda está alinhada a uma "gestão ativa de portfólio de empresas independentes".
Desde 2024, a Ciclus Ambiental é responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos de Belém (por meio da Ciclus Amazônia), incluindo serviços de coleta, varrição e disposição final dos resíduos. A Simpar explicou à EXAME que essa operação não foi vendida à Aegea.
"Não há mudança ou qualquer alteração da operação de Belém. Do ponto de vista societário, a Simpar, por meio da CS Brasil, detém 45% da empresa", informou a assessoria de imprensa da holding.