Airasia: companhia quer ser a primeira grande operadora de baixo custo global, destacando o potencial de crescimento exponencial com essa expansão. (Mohd Fyrol/AFP)
Repórter de Mercados
Publicado em 4 de julho de 2025 às 16h44.
A Airbus fechou um acordo com a AirAsia, a maior companhia aérea de baixo custo do Sudeste Asiático, para até 70 aeronaves do modelo A321XLR, em transação avaliada em US$ 12,25 bilhões. Segundo informações da Dow Jones, o negócio foi fechado num contexto onde grupo busca expandir sua rede de aeronaves de fuselagem estreita para rotas de longo alcance rumo à Ásia Central, Oriente Médio e Europa. Nos últimos meses, a Airbus vinha disputando um "megapedido" de 100 aeronaves com a Embraer (EMBR3), segundo fontes familiarizadas com o assunto.
Tony Fernandes, CEO da Capital A (controladora da AirAsia), reforçou o objetivo de tornar a companhia a primeira grande operadora de baixo custo global, destacando o potencial de crescimento exponencial com essa expansão.
A companhia asiática informou que assinou um memorando de entendimento com a fabricante europeia cobrindo 50 jatos com opções para mais 20 aeronaves de corredor único que podem transportar até 244 passageiros em voos diretos de até 11 horas.
A previsão da Airbus é de uma demanda global por 43,4 mil aeronaves comerciais entre 2025 e 2044, incluindo cerca de 42,4 mil aviões de passageiros e 970 cargueiros, representando um aumento de 2% em relação à previsão anterior.
A maioria dessa demanda será justamente por jatos de corredor único, com previsão de cerca de 34,2 mil aeronaves desse tipo. Essa categoria é considerada muito importante para as frotas globais, e deve dominar o mercado nas próximas duas décadas.
Além disso, a Airbus também espera um crescimento na demanda por aviões de fuselagem larga, com previsão de entrega de aproximadamente 8,2 mil unidades para o período, impulsionada principalmente por companhias aéreas do Oriente Médio.
Essa projeção está alinhada com o crescimento esperado do tráfego aéreo global, estimado para crescer em média 3,6% ao ano, impulsionado pelo aumento da classe média mundial, crescimento do PIB global e expansão de mercados emergentes, como Índia e China.
Além da AirAsia, a Airbus também firmou acordos com outras companhias, como a LOT Polish Airlines, que adquiriu 40 aeronaves da família A220, e a Vietjet, que garantiu um pedido de 100 A321neo, com possibilidade de ampliar para 150 unidades.