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Analistas cortam projeções para ações da Apple antes da divulgação do balanço

Goldman Sachs, UBS e Wells Fargo rebaixaram suas projeções para os papéis da gigante de tecnologia americana

Apple: apesar das revisões de tese, nem todos os analistas veem o cenário como alarmante para a fabricante do iPhone (Leandro Fonseca/Exame)

Apple: apesar das revisões de tese, nem todos os analistas veem o cenário como alarmante para a fabricante do iPhone (Leandro Fonseca/Exame)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 23 de abril de 2025 às 10h42.

Com a Apple prestes a divulgar seu balanço trimestral na próxima semana, três grandes casas de análise de Wall Street Goldman Sachs, UBS e Wells Fargo — rebaixaram suas projeções para as ações da gigante de tecnologia.

A revisão ocorre em meio a preocupações crescentes sobre os impactos de tarifas comerciais e a deterioração do cenário macroeconômico global. Em 2025, as ações da Apple já acumulam queda de mais de 20%, de acordo com reportagem da CNBC.

Apesar da onda de revisões para baixo, nem todos os analistas veem o cenário como alarmante para a fabricante do iPhone. A Evercore ISI mantém recomendação de "outperform" e o preço-alvo em US$ 250. “É importante considerar diversos cenários, pois muitos números em circulação refletem apenas o pior caso, e o impacto para a Apple pode ser menor do que o temido”, avaliou o banco.

Entre os cortes anunciados, o Goldman Sachs foi o que fez o ajuste mais sutil: o analista Michael Ng reduziu o preço-alvo das ações de US$ 259 para US$ 256, o que ainda representa um potencial de valorização de 28,2% frente ao valor de fechamento da última terça-feira, 23.

Segundo ele, o novo valor considera um múltiplo de 30 vezes o lucro por ação projetado para os próximos 12 meses. “Acreditamos que o foco do mercado no crescimento mais lento da receita de produtos ofusca a força do ecossistema da Apple e a durabilidade e previsibilidade da receita associada”, escreveu Ng, que manteve recomendação de compra.

Já o Wells Fargo fez um corte mais expressivo. O analista Aaron Rakers reduziu sua projeção de US$ 275 para US$ 245, mas também manteve a recomendação de compra. Com base em um múltiplo de 31 vezes o lucro esperado para o ano fiscal de 2026, ele projeta uma alta de 22,7% para o papel.

Rakers alertou ainda que a Apple pode não divulgar uma projeção para o terceiro trimestre fiscal de 2025, diante das incertezas relacionadas ao cenário macro e às tarifas — movimento similar ao adotado durante a pandemia, em 2020.

O UBS, por sua vez, foi o mais cauteloso. O analista David Vogt reduziu o preço-alvo de US$ 236 para US$ 210, apontando para uma valorização mais modesta de 5,1% em 12 meses. Com recomendação neutra, ele justificou a revisão com o aumento do prêmio de risco e das taxas de juros, que levaram à redução do múltiplo aplicado de 32 para 28 vezes.

Vogt destacou o risco de queda na demanda por iPhones na China no segundo semestre fiscal de 2025, em função das tensões geopolíticas, além de uma possível desaceleração macroeconômica nos Estados Unidos e na Europa.

Nesta quarta-feira, 23, a Apple também foi multada pela União Europeia em € 500 milhões por práticas anticompetitivas relacionadas à App Store. A penalidade foi aplicada no âmbito do Digital Markets Act (DMA) e veio acompanhada de uma multa de €200 milhões à Meta.

Os investidores aguardam, agora, os números da Apple, que serão divulgados no dia 1º de maio, após o fechamento do mercado, e os possíveis sinais da empresa sobre o que esperar para os próximos trimestres.

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