Redatora
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 17h02.
O preço da prata registrou queda de mais de 6% nesta sexta-feira, 17, marcando seu maior recuo em seis meses. O movimento acompanhou a retração generalizada dos metais preciosos após uma sequência de valorização nos últimos dias.
De acordo com informações da Bloomberg, a movimentação está relacionada à redução das preocupações com o crédito nos Estados Unidos e ao enfraquecimento das tensões comerciais entre EUA e China, fatores que vinham sustentando a demanda por ativos considerados seguros, como ouro e prata.
A prata encerrou a sessão em baixa de 5,98%, a US$ 50,10 (R$ 273,55) por onça-troy. Na variação semanal, os metais registraram alta de 5,32% (ouro) e 6,04% (prata).
Na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para dezembro encerrou em queda de 2,12%, a US$ 4.213,30 (R$ 22.564,52) por onça-troy após ter atingido o valor inédito de US$ 4.392,00 (R$ 23.963,52) por onça-troy.
Em Londres, sinais de arrefecimento na escassez histórica de prata levaram investidores a terem lucros. Além disso, a recuperação nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA reduziu a atratividade dos metais preciosos como forma de proteção.
O ambiente de menor estresse no mercado de crédito e nas atividades de empréstimo dos bancos também contribuiu para o ajuste nos preços.
O rali da prata vem superando o do ouro ao longo de 2025. Até meados de outubro, os preços acumulavam alta de 70% em Londres, ante 55% do ouro.
O movimento ocorreu em um cenário de instabilidade geopolítica e monetária global, marcado pela guerra da Rússia na Ucrânia e por políticas econômicas pouco convencionais do governo Trump, o que tem levado investidores e bancos centrais a buscar ativos de proteção.
Segundo a Bloomberg, o rali dos metais preciosos também foi sustentado por compras de bancos centrais, cortes de juros nos EUA e tensões comerciais recorrentes entre Washington e Pequim.
Diferentemente do ouro, a prata também possui ampla aplicação industrial, sendo usada em painéis solares, veículos elétricos, baterias e dispositivos médicos, além de joias e moedas.
Essa combinação de demanda financeira e industrial tem acentuado a pressão sobre os estoques globais, que estão nos níveis mais baixos em anos.
Segundo a Bloomberg, os estoques em cofres da London Bullion Market Association caíram cerca de um terço desde 2021.
A demanda global vem superando a produção de minas há quatro anos consecutivos, enquanto novas fontes de oferta enfrentam desafios regulatórios e ambientais em países como México, Peru e China — os maiores produtores mundiais.
O risco de tarifas sobre metais estratégicos nos EUA ampliou a volatilidade do mercado. Embora a prata tenha ficado de fora das medidas anunciadas em abril, a possibilidade de novas sanções elevou a demanda especulativa e reforçou o aperto de oferta.