Invest

Após fechar negócio com Hapvida, Oncoclínicas vende mais um hospital

Vendas fazem parte da estratégia de desinvestir operações não essenciais

Com a venda do UMC, a companhia reduz sua dívida líquida de R$ 3,922 bilhões para R$ 3,762 bilhões (Divulgação)

Com a venda do UMC, a companhia reduz sua dívida líquida de R$ 3,922 bilhões para R$ 3,762 bilhões (Divulgação)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 27 de agosto de 2025 às 10h43.

A Oncoclínicas (ONCO3) fechou a venda da participação de 84% que possui no capital social do Complexo Hospitalar Uberlândia (UMC), localizado em Uberlândia. É a segunda transação envolvendo um ativo da companhia a ser anunciada esta semana

O valor da transação é de R$ 160 milhões via transferência de dívidas e obrigações do UMC ao comprador. O fechamento da transação depende do cumprimento de condições usuais, incluindo a aprovação pelos órgãos regulatórios competentes.

O hospital possui 231 leitos e foi adquirido originalmente em 2021 por R$ 413 milhões, o que torna o preço de saída significativamente inferior à avaliação inicial, conforme aponta o relatório do Safra.

O valor implícito por leito, pelos cálculos do banco, é de cerca de R$ 800 mil, bem abaixo da média de R$ 1,5 milhão em transações hospitalares anteriores no Brasil.

Ao comparar com os R$ 413 milhões que a Oncoclínicas pagou quatro anos atrás, isso representa um desconto de R$ 2 milhões por leito.

Como parte do negócio, a Oncoclínicas e o UMC firmaram um acordo comercial de longo prazo para compartilhar os resultados da operação de oncologia no hospital.

Estratégia de desinvestimento

A venda está em linha com a estratégia da Oncoclínicas de desinvestir operações não essenciais, visando reduzir sua alavancagem financeira, aumentar a rentabilidade e otimizar a geração de caixa. A companhia também pretende diminuir sua exposição a operações não oncológicas, mantendo presença no segmento de oncologia hospitalar, mas sem necessidade de alocar capital significativo.

O Safra calcula que, com a venda do UMC, a companhia vai conseguir reduzir sua dívida líquida de R$ 3,922 bilhões para R$ 3,762 bilhões, diminuindo o índice de alavancagem de 4,4 vezes (dívida líquida/EBITDA no 2T25) para pelo menos 4,2 vezes.

Este índice pode melhorar ainda mais dependendo dos resultados financeiros do hospital, o que é considerado relevante pelos analistas.

Esta é a segunda transação da Oncoclínicas nesta semana. Na segunda-feira, 25, a companhia vendeu Hospital de Oncologia do Méier, no Rio de Janeiro para Hapvida (HAPV3).

Mesmo sendo uma aquisição menor, comparada ao valor de mercado da Hapvida, a aquisição reforça o plano da companhia em integrar suas operações no Rio de Janeiro - mercado onde é subpenetrada - e no qual a empresa está programando investimentos da ordem de R$ 380 milhões.

Para o Safra, as duas vendas ajudam a Oncoclínicas a se desfazer de hospitais gerais deficitários e intensivos em capital, preservando, ao mesmo tempo, as receitas provenientes da oncologia, que continuam sendo o foco da empresa.

Acompanhe tudo sobre:OncoclínicasSaúdeUberlândia

Mais de Invest

Ibovespa inicia o dia estável, à espera de Caged e resultado da Nvidia

Cosan (CSAN3) exige ‘paciência para colher os frutos’: hora de investir?

Preços em queda: seguro de carro cai para o menor nível dos últimos 13 meses

Flores, suculentas e Fórmula 1: como a Lego quebrou recordes no 1º semestre de 2025