Impacto tarifário: Apple estima alta de US$ 900 mi nos custos, mesmo com lucro de US$ 24,78 bi no trimestre (Evan Vucci/AP)
Redação Exame
Publicado em 2 de maio de 2025 às 07h03.
A Apple estimou que as tarifas atualmente em vigor nos Estados Unidos poderão gerar um custo adicional de cerca de US$ 900 milhões no próximo trimestre fiscal. A avaliação foi feita pelo CEO da companhia, Tim Cook, durante teleconferência com investidores nesta quinta-feira, 1.
Segundo Cook, a projeção considera a hipótese de que as tarifas se mantenham “inalteradas para o restante do trimestre”. O impacto, segundo ele, é resultado das medidas comerciais impostas pelo ex-presidente Donald Trump, ainda em vigor sob a atual administração. “Não podemos estimar com precisão o impacto das taxas, mas, assumindo que as atuais tarifas globais permaneçam, o acréscimo será de US$ 900 milhões em nossos custos”, afirmou.
O CEO ressaltou que a estimativa não deve ser usada como base para prever o desempenho futuro da empresa, pois o trimestre atual, que se encerra em junho para a Apple, tem particularidades que não se repetem ao longo do ano. Ele também admitiu que a situação é incerta: “É muito difícil saber o que acontecerá depois de junho, pois não sabemos o que ocorrerá com as tarifas.”
Cook informou que a empresa vai reagir com “decisões ponderadas e deliberadas, com foco no investimento de longo prazo e na dedicação à inovação”. Uma dessas decisões envolve a reorganização da produção: a Apple prevê que a maior parte dos iPhones vendidos nos EUA virá da Índia, enquanto quase todos os iPads, Macs, Apple Watches e AirPods serão produzidos no Vietnã, dois países com tarifas menores em comparação à China.
A conversa com investidores ocorreu logo após a divulgação dos resultados do segundo trimestre fiscal da Apple, que equivale ao primeiro trimestre de 2025 no calendário convencional. A companhia reportou aumento de 4,8% no lucro, chegando a US$ 24,78 bilhões, e uma alta de 5,07% na receita.
Apesar das tarifas, o impacto no trimestre foi considerado “limitado” pelo executivo. A empresa conseguiu amortecer os efeitos por meio da otimização da cadeia de suprimentos e do controle de estoques. Cook, que tem mantido diálogo próximo com Trump, assim como outros líderes do setor de tecnologia, indicou que a China continuará como principal base de produção voltada ao mercado internacional.
*Com EFE.