Mercados

As 3 notícias que aliviam os mercados no último dia de novembro

China corta juro; BCs anunciam ação coordenada; Emprego avança nos EUA

O índice DAX 30, da bolsa de Frankfurt, avança 4,13%. Em Paris, o CAC 40 sobe 3,41% (Mario Tama/ Getty Images)

O índice DAX 30, da bolsa de Frankfurt, avança 4,13%. Em Paris, o CAC 40 sobe 3,41% (Mario Tama/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2011 às 11h07.

São Paulo – Os mercados financeiros vivem um dia de alento há muito não visto. Uma combinação de três notícias positivas deu um enorme impulso para os ativos financeiros em todo o mundo na última sessão do conturbado mês de novembro.

As bolsas decolam em todo o mundo nesta quarta-feira, com exceção das asiáticas que fecharam em queda ainda sob os efeitos do pessimismo criado pela ameaça de corte do rating dos principais bancos europeus pela Moody’s e da redução da nota de 15 instituições financeiras americanas pela Standard and Poor’s.

No Brasil, o Ibovespa ganha 3,76% e chega aos 57.383 pontos. Na Europa, o otimismo é generalizado. O índice DAX 30, da bolsa de Frankfurt, avança 4,13%. Em Paris, o CAC 40 sobe 3,41%. Em Londres, o índice FTSE tem valorização de 2,66%. Nos EUA, os principais índices sobem 2% nas negociações do mercado futuro.

O movimento para cima das ações hoje está baseado em três principais notícias:

1 – China reduz o medo de um pouso forçado da economia

O Banco Central da China (PBOC, People’s Bank of China) cortou em 0,5 ponto percentual a alíquota do compulsório bancário pela primeira vez em quase três anos. A medida vale a partir do próximo 5 de dezembro e diminui a exigência recolhimento de 21,5% para 21%. O anúncio representa uma reviravolta na política monetária do país. O PBOC elevou o compulsório seis vezes neste ano.

A notícia é particularmente ainda mais importante para o Brasil. Segundo uma pesquisa conduzida pelo Citi com gestores globais, a desaceleração rápida da China foi escolhida por 27% dos investidores como o maior risco para a economia brasileira durante os próximos 12 meses, enquanto a crise da dívida soberana da Europa ficou na segunda posição com 22%. 


2 – BCs agem para aumentar a liquidez dos mercados

Os Bancos Centrais mais influentes do mundo anunciaram uma ação coordenada para aumentar a capacidade de prover liquidez para o sistema financeiro global. “O propósito dessas ações é aliviar as tensões nos mercados financeiros e assim mitigar os efeitos na oferta de crédito para as famílias e as empresas para ajudar a promover a atividade econômica”, mostra o comunicado assinado em conjunto pelos BCs do Canadá, Inglaterra, Japão, União Europeia, EUA e Suíça.

A medida irá reduzir a taxa da linha de swap (troca) de moedas entre os países em 50 pontos-base. O novo valor agora será a taxa do mercado interbancário em dólar (OIS) mais 50 pontos-base. A taxa estava em 100 pontos-base. O novo preço será aplicado nas operações conduzidas a partir de 5 de dezembro.

3 – Emprego nos EUA mostra sinal de recuperação

Para completar, um relatório sobre a condição do mercado de trabalho nos EUA surpreendeu os investidores. O indicador ADP Employment Report mostrou a criação de 206 mil novas vagas no setor privado em novembro, contra a expectativa de 125 mil. Além disso, os dados de outubro foram revisados de 110 mil para 130 mil.

O avanço foi o maior ganho mensal desde novembro e quase o dobro do ganho médio mensal desde maio, quando o emprego desacelerou rapidamente.

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