Redatora
Publicado em 24 de junho de 2025 às 07h31.
Os mercados operam em clima de cautela nesta terça-feira, 24, em meio às incertezas sobre o cessar-fogo entre Israel e Irã e à expectativa pelo depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso dos Estados Unidos.
No Brasil, o principal destaque do dia é a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), às 8h. O documento ganha ainda mais relevância após a decisão do Banco Central de elevar a Selic para 15%, e o mercado busca pistas sobre quando pode começar o ciclo de cortes.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) também divulga às 8h dados sobre a Confiança do Consumidor de junho.
Na agenda política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa às 14h de coletiva sobre o programa "Agora Tem Especialistas", que permitirá que hospitais privados atendam pacientes do SUS em troca de abatimento de dívidas com a União.
Na véspera, Haddad se reuniu com o presidente Lula para discutir ajustes no programa “Acredita”, focado na ampliação de crédito para micro e pequenas empresas.
Em paralelo, a equipe econômica prepara um projeto de lei para reduzir benefícios fiscais, com corte linear estimado em 10%, que deve ser apresentado nos próximos dias.
Nos Estados Unidos, o foco dos investidores está no depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, na Câmara dos Representantes, às 11h. O evento ocorre em meio a uma nova rodada de críticas do presidente Donald Trump, que voltou a pressionar o Fed por cortes agressivos de juros, chegando a chamar Powell de "muito burro e cabeça-dura" nas redes sociais.
Ao longo do dia, outros dirigentes do Fed também participam de eventos: John Williams, às 13h30, e Michael Barr, às 17h.
A agenda dos EUA traz ainda a divulgação das transações correntes do primeiro trimestre (9h30); do índice Redbook (9h55), que mede as vendas no varejo de grandes redes; dos preços de imóveis em abril (10h); e da confiança do consumidor de junho (11h). No fim do dia, às 17h30, saem os estoques semanais de petróleo, divulgados pela API.
O cessar-fogo entre Israel e Irã, anunciado pelo presidente Trump, segue como pano de fundo dos mercados. Apesar do alívio inicial, que derrubou os preços do petróleo e sustentou os mercados, o clima permanece tenso.
Horas depois do anúncio, Israel acusou Teerã de violar a trégua com o disparo de mísseis e ordenou uma nova ofensiva contra alvos do regime iraniano. O Irã negou qualquer ataque e afirmou que mantém suas forças em alerta para responder a eventuais agressões.
No exterior, as bolsas operam em alta, refletindo inicialmente o alívio com o anúncio da trégua no Oriente Médio. O movimento, porém, perdeu parte da força após Israel acusar Teerã de violar o acordo.
Na Ásia, os mercados fecharam o dia em terreno positivo. O Nikkei 225, do Japão, subiu 1,17%, enquanto o Topix avançou 0,75%. Na Coreia do Sul, o Kospi disparou 2,71%, puxado por ações de tecnologia. Na China, o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 1,91%, e o CSI 300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, subiu 1,13%. Na Austrália, a bolsa terminou o dia com ganhos de 1%.
Na Europa, o sentimento também é de forte recuperação nas primeiras horas do pregão. Por volta das 7h10 (horário de Brasília), o índice regional Stoxx 600 subia 1,26%, enquanto o DAX, da Alemanha, avançava 2,03%. O francês CAC 40 registrava alta de 1,31% e o FTSE 100, de Londres, tinha valorização mais moderada, de 0,32%.
Os índices futuros dos Estados Unidos também operavam no azul. O Dow Jones futuro subia 0,73%, o S&P 500 avançava 0,82% e o Nasdaq 100 tinha alta de 1,08%, indicando uma abertura positiva para Wall Street.
Na véspera, o Dow Jones subiu 0,89%, o S&P 500 avançou 0,96% e o Nasdaq ganhou 0,94%. No Brasil, o Ibovespa recuou 0,41%, aos 136.550 pontos, pressionado pela forte queda da Petrobras.
Os preços do petróleo aprofundam as perdas, com o Brent caindo 3,5%, a US$ 69, e o WTI recuando na mesma proporção, a US$ 66,14, por volta das 6h30 (horário de Brasília). O recuo reflete o alívio momentâneo sobre o risco de oferta no Oriente Médio, apesar das incertezas sobre a sustentabilidade do cessar-fogo.