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Avanço da Embraer na Europa e África deve somar US$ 215 mi no 4º tri

A fabricante de aeronaves brasileira divulgou o recebimento de duas novas encomendas com até 20 aeronaves para aéreas da Suíça e Costa do Marfim

Embraer: apesar de novas encomendas, ação pode estar cara, apontam analistas (Roosevelt Cassio/Reuters)

Embraer: apesar de novas encomendas, ação pode estar cara, apontam analistas (Roosevelt Cassio/Reuters)

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 14h18.

O balanço financeiro do 4° trimestre da Embraer (EMBJ3) deve indicar um incremento de cerca de US$ 215 milhões com a expansão de sua presença na Europa e na África, projetam os analistas do Itaú BBA.

O montante tem por trás a divulgação de dois novos pedidos de jatos comercias anunciados nesta segunda-feira, 17, pela Embraer. As encomendas, que totalizam até 20 aeronaves entre firmes e opções, devem ser registrados no resultado consolidado de outubro, novembro e dezembro, somando aproximadamente US$ 215 milhões à carteira de pedidos da empresa, que no terceiro trimestre somou US$ 31,3 bilhões.

"Esses pedidos devem aumentar o impulso da Embraer, reforçando sua capacidade de continuar expandindo sua base de clientes na divisão comercial", afirmou a instituição financeira.

Novas encomendas para a Embraer

Os novos pedidos foram feitos pela companhia suíça Helvetic Airways, que encomendou três E195-E2, com direitos de compra adicionais para cinco aeronaves, enquanto a Air Côte d’Ivoire, companhia aérea nacional da Costa do Marfim, fechou a compra de quatro E175, com opção de até oito aeronaves adicionais.

As entregas dos E195-E2 da Helvetic devem começar até o final de 2026, enquanto os E175 da Air Côte d’Ivoire chegam a partir do primeiro semestre de 2027.

A Helvetic Airways, que já opera jatos E2 da fabricante brasileira, ampliará sua frota de 12 para até 20 unidades, reforçando a atuação da empresa na Europa. A Air Côte d’Ivoire estreia na frota Embraer e pretende usar os E175 em rotas domésticas e regionais, substituindo gradualmente aeronaves turboélice e aumentando a conectividade do hub de Abidjan, capital econômica da Costa do Marfim.

A fabricante aponta que, atualmente, 250 aeronaves já são operadas por 56 diferentes clientes na África. Nos últimos 10 anos, a frota da empresa no continente cresceu a uma taxa média composta (CAGR, na sigla em inglês) de 7,5%.

Como resultado, a Embraer lidera o mercado africano de aeronaves de até 150 assentos, com 31% de participação, disse a empresa.

"O E175 tem desempenho comprovado no continente e suas capacidades estão totalmente alinhadas à visão da companhia aérea. Esta aeronave trará benefícios imediatos em termos de conectividade, eficiência e satisfação dos passageiros, e estamos ansiosos para apoiá-los na expansão de sua malha aérea e no fortalecimento de sua posição na região", disse Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.

A empresa também anunciou nesta segunda a assinatura de um "memorando de entendimento" que abre caminho para cooperação nos setores de defesa e aeroespacial no Oriente Médio. O acordo envolve as empresa Advanced Military Maintenance, Repair and Overhaul Center (AMMROC) e Global Aerospace Logistics (GAL), sediadas nos Emirados Árabes Unidos.

Em relatório, a XP Investimentos também apontou que os anúncios reforçam um "sentimento construtivo dos investidores". A previsão é que guidance de 2025 seja atingido ou até superado. A instituição também projeta que as receitas para 2026 fique entre US$ 8,0 e 8,6 bilhões e margens EBIT de 8,6-9,5%.

Mas o valuation da Embraer é apontando como uma preocupação pelos analistas. "Negociando com um Preço/Lucro 2026 de 20,9 vezes, acreditamos que os múltiplos atuais já refletem uma melhor perspectiva operacional, e o potencial de upside dependeria de opcionalidades, por isso nossa recomendação Neutra", disse o banco.

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