Hapvida: lucro ajustado de R$ 337 milhões no 3º trimestre (Hapvida/Divulgação)
Editor de Invest
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 08h43.
Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 08h47.
A Hapvida (HAPV3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 337 milhões no terceiro trimestre de 2025, com alta de 4,1% na comparação anual. A cifra é 4,1% maior do que a registrada um ano antes e exclui da conta efeitos não recorrentes.
Levando em conta a desvalorização de ativos intangíveis da empresa, o impacto de programas de remuneração e ressarcimentos ao SUS, a companhia teria registrado prejuízo líquido de R$ 57 milhões, menor que o saldo negativo de R$ 71,3 milhões no mesmo período do ano anterior.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado recuou 2,1% na mesma base de comparação, para R$ 746,4 milhões. Em relação ao segundo trimestre, a queda foi de mais de 17%.
A receita líquida da companhia somou R$ 7,78 bilhões no período, com crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas com planos de saúde e planos odontológicos cresceram, respectivamente, 5,5% e 6,6%. Já a com serviços médicos-hospitalares recuaram 6,8%.
O resultado financeiro líquido da companhia ficou negativo em R$ 354,5 milhões, 35,5% maior do que o prejuízo de R$ 261,7 milhões registrado um ano antes. As despesas financeiras aumentaram em 45,1% na mesma base de comparação, para R$ 725,7 milhões.
O número de beneficiários de planos de saúde da Hapvida ficou praticamente estável, em 8,869 milhões clientes. O período registrou 614 mil cancelamentos. O tíquete médio dos planos cresceu 6,1% de um ano para o outro, para R$ 292,7 por mês.
Os custos assistenciais e sinistralidade caixa, que incluem sinistros judiciais e provisões de ressarcimento ao SUS, cresceram 8,9% ano a ano, para R$ 6,13 bilhões. As provisões para o SUS, aliás, mais que dobraram de um ano para o outro, chegando a R$ 119,8 milhões.
No trimestre, a sinistralidade caixa da companhia cresceu 1,4 ponto percentual, na comparação anual, para 75,2%.
A Hapvida terminou o trimestre com dívida líquida de R$ 4,25 bilhões. A alavancagem medida pela relação dívida líquida e Ebitda ficou em uma 1 vez.
Na visão do BTG pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), a Hapvida apresentou um trimestre de números fracos que podem aumentar a percepção de risco do mercado sobre a empresa.
A sinistralidade ficou bem acima do esperado e a base de beneficiários teve crescimento orgânico pouco expressivo, na visão dos analistas. Eles também destacam a dinâmica de fluxo de caixa livre, que consumiu R$ 51,9 milhões no trimestre. A contração de quase 20% no Ebitda, de um trimestre para o outro, também surpreendeu o banco de maneira negativa.
"Nem é preciso dizer que esses resultados devem pesar de uma forma relevante nas expectativas de resultados para os próximos trimestres e anos", escreveram os analistas do BTG. O banco revisou as próprias estimativas, pois não espera mais expansão de margem para o próximo ano.
Nas novas projeções, Hapvida deve ter Ebitda ajustado de R$ 3,747 bilhões em 2026, uma queda de 20% em relação à estimativa anterior, e lucro líquido ajustado de R$ 1,22 bilhão, ante R$ 2,08 bilhões nos cálculos prévios.
O Safra avalia que vários impactos não recorrentes dificultaram uma leitura precisa do balanço, mas notou o crescimento orgânico menor que o esperado. O lucro líquido ajustado ficou 43% abaixo da estimativa do banco e Ebitda, 23% inferior à projeção.