Jen-Hsun Huang, CEO da Nvidia: resultados do segundo trimestre da empresa de chips podem definir o apetite por risco nos mercados globais (I-HWA CHENG/Getty Images)
Redatora
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 08h09.
Os investidores globais estão atentos, nesta quarta-feira, 27, à divulgação do balanço da Nvidia, previsto para depois do fechamento do mercado em Nova York.
A fabricante de chips se tornou o principal termômetro do apetite por tecnologia e inteligência artificial neste ano, mas chega ao dia da divulgação após um mês de menor fôlego para as ações do setor.
A companhia superou as estimativas em 11 dos últimos 12 trimestres, mas, segundo dados da LSEG, a expectativa é de alta de 53% no faturamento do segundo trimestre fiscal, para US$ 46 bilhões, abaixo do ritmo de crescimento em trimestres recentes.
O mercado também aguarda projeções sobre o desempenho da empresa na China, que depende do rumo das negociações comerciais entre Pequim e Washington.
No cenário internacional, duas fontes de tensão também chamam atenção. Passaram a valer nesta quarta as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre importações da Índia, após fracasso nas negociações entre os dois países.
O governo de Donald Trump já havia anunciado em agosto a cobrança de 25%, mas dobrou a alíquota diante da continuidade das compras de petróleo russo por Nova Délhi.
Segundo estimativas do Barclays, 70% das exportações indianas para os EUA, equivalentes a US$ 55 bilhões, estão sob risco. Índia e Brasil estão entre os países com tarifas mais altas aplicadas por Washington.
Na Europa, o foco segue na França, onde a incerteza política e fiscal tem pressionado os mercados. O primeiro-ministro François Bayrou enfrenta rejeição ao seu plano de ajuste da dívida, que será submetido a voto de confiança em 8 de setembro. Se perder, o presidente Emmanuel Macron poderá dissolver o Parlamento e convocar novas eleições. Na terça-feira, o índice CAC 40 acumulava queda de mais de 3% na semana.
No Brasil, a agenda inclui às 8h30 a nota de crédito de julho do Banco Central. Às 11h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista ao UOL, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participa do Congresso & ExpoFenabrave.
Às 14h30, saem os números do Caged e o relatório da dívida pública federal, com coletiva do Tesouro na sequência, além do fluxo cambial semanal do BC.
Às 22h, o Banco da Coreia anuncia sua decisão de política monetária.
Na Ásia, o índice japonês Nikkei 225 fechou em alta de 0,20%, enquanto o Topix recuou 0,07%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,25% e o Kosdaq ficou praticamente estável, com alta de 0,01%.
O S&P/ASX 200, da Austrália, ganhou 0,28%. Já na China, o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,27%. O CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen, recuou 1,49%. As bolsas indianas permaneceram fechadas por feriado.
Na Europa, às 8h (horário de Brasília), o europeu Stoxx 600 subia 0,12%. O francês CAC 40 avançava 0,44%, o alemão DAX caía 0,25% e o britânico FTSE 100 tinha alta de 0,02%.
Nos Estados Unidos, por volta do mesmo horário, os futuros do S&P 500 subiam 0,05%, os do Nasdaq 100 avançavam 0,05% e os do Dow Jones ganhavam 0,04%.