Mercados

BCE aprova medidas de estímulo, mas mantém juros

BCE disse que oferecerá novos empréstimos aos bancos, oferecerá instrumentos de liquidez previamente acordados a taxas ainda mais favoráveis

Christine Lagarde: presidente do Banco Central Europeu (Ralph Orlowski/File Photo/Reuters)

Christine Lagarde: presidente do Banco Central Europeu (Ralph Orlowski/File Photo/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 12 de março de 2020 às 10h11.

Última atualização em 12 de março de 2020 às 10h19.

São Paulo — O Banco Central Europeu aprovou novas medidas de estímulo nesta quinta-feira para ajudar a economia da zona do euro a lidar com o crescente custo da epidemia de coronavírus, mas manteve as taxas de juros inalteradas em uma medida que pode desapontar os mercados financeiros.

O BCE disse que oferecerá novos empréstimos aos bancos, oferecerá instrumentos de liquidez previamente acordados a taxas ainda mais favoráveis e aumentará temporariamente a compra de ativos para ajudar a economia a lidar com a situação.

"Um envelope temporário de compras adicionais de ativos líquidos no valor de 120 bilhões de euros será adicionado até o final do ano, garantindo uma forte contribuição dos programas de compras do setor privado", afirmou o BCE.

Com milhões de pessoas em confinamento, mercados turbulentos e empresas lutando contra cadeias de suprimentos interrompidas, a economia já está vacilando, portanto um suporte do BCE havia sido totalmente precificado e os investidores estavam apenas tentando adivinhar a extensão de qualquer movimento.

Os mercados haviam precificado integralmente um corte de 10 pontos-base na taxa de depósito, para -0,6%, apesar de várias autoridades terem expressado profundo ceticismo nos últimos meses sobre o impacto de quaisquer reduções adicionais.

O Federal Reserve dos EUA e o Banco da Inglaterra recentemente cortaram a taxa de juros em reuniões de emergência. Mas as taxas do BCE já estão em território negativo acentuado e considera-se que estão próximas à taxa de reversão, onde cortes adicionais são prejudiciais porque afetam as margens dos bancos ao ponto de levam os bancos a ponto de impedirem empréstimos.

As novas medidas do BCE destinam-se principalmente às empresas, incluindo pequenas e médias que estão em maior risco de crise.

Com a decisão desta quinta-feira a taxa de depósito do BCE permanece em -0,5% e a de refinanciamento em 0%.

Acompanhe tudo sobre:BCEChristine Lagarde

Mais de Mercados

Por que está mais difícil de prever crises nos Estados Unidos

Por que empresas de robotáxi chinesas não foram bem recebidas na bolsa

Tesla segue roteiro da Berkshire. Mas Elon Musk pode ser novo Buffett?

Pfizer vence disputa com Novo Nordisk e compra a Metsera por US$ 10 bi