Boeing prejuízo e melhora entregas sob comando de Kelly Ortberg (Boeing/Divulgação)
Redatora
Publicado em 29 de julho de 2025 às 08h36.
Última atualização em 29 de julho de 2025 às 08h37.
A Boeing registrou avanços operacionais e financeiros sob a gestão do CEO Kelly Ortberg, que assumiu o cargo há um ano. A empresa deve divulgou nesta terça-feira, 29, os resultados do segundo trimestre de 2025, e analistas de mercado estimam uma redução de 50% no prejuízo em comparação com o mesmo período de 2024.
A gigante aeroespacial teve prejuízo de US$ 176 milhões no último trimestre, abaixo dos US$ 1,09 bilhão do ano anterior. A receita aumentou 35%, para US$ 22,75 bilhões. O prejuízo foi de um prejuízo de US$ 433 milhões para o ano, melhor do que o prejuízo previsto pelos analistas.
Desde o início do ano, as ações da Boeing acumulam alta superior a 30%, impulsionadas pelo aumento na produção de aeronaves e pelo maior volume de entregas em 18 meses. Em maio, Ortberg afirmou que a empresa espera gerar fluxo de caixa positivo no segundo semestre.
“Mudanças levam tempo, mas estamos começando a ver uma diferença em nosso desempenho em todos os negócios”, disse o CEO Kelly Ortberg em nota aos funcionários, descrevendo melhorias em todos os negócios da Boeing. “Se continuarmos a enfrentar o importante trabalho que temos pela frente e nos concentrarmos em segurança, qualidade e estabilidade, poderemos navegar no ambiente global dinâmico e fazer de 2025 o nosso ano de virada”, disse ele.
Além dos resultados financeiros, o executivo implementou cortes de custos, incluindo a demissão de 10% da força de trabalho, e coordenou uma capitalização de mais de US$ 20 bilhões no ano passado. Também foram realizadas mudanças na liderança da divisão de defesa e a venda da unidade de navegação Jeppesen.
Apesar da melhora, a Boeing ainda enfrenta obstáculos importantes. A Administração Federal de Aviação (FAA) limitou a produção mensal do modelo 737 Max a 38 unidades. Para ampliar esse número, será necessária nova autorização do órgão regulador dos Estados Unidos.
Os modelos Max 7 e Max 10 ainda aguardam certificação. A falta desses aviões afeta o planejamento das companhias aéreas, que buscam ajustar a capacidade de acordo com a demanda. Executivos da United e da Southwest já indicaram que não contam com o Max 7 em suas frotas até, pelo menos, 2026.
A unidade de defesa da Boeing continua pressionada por atrasos em projetos como o avião-tanque KC-46 e a nova aeronave presidencial Air Force One. O CEO substituiu o responsável pela divisão no fim de 2024.
Além disso, trabalhadores dessa unidade rejeitaram a última proposta de acordo coletivo, abrindo caminho para uma possível greve. O sindicato prevê um período de sete dias para novas negociações antes da paralisação.
Apesar dos desafios, analistas do setor apontam que a consistência nas entregas melhorou e que a cultura interna da empresa vem mudando. A expectativa é que a Boeing registre seu primeiro lucro anual desde 2018 em 2026.
No médio prazo, especialistas do setor defendem que a Boeing retome os planos de desenvolvimento de uma nova aeronave comercial de médio porte para substituir o 737, lançado originalmente em 1967. Segundo consultores da indústria, o novo projeto é considerado essencial para manter a competitividade diante da Airbus.