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Bolha de big techs? Investimento em ações de tecnologia é o maior em 16 anos, mas deixa alerta

Pesquisa do Bank of America revelou que investidores ainda seguem otimistas com as "Magníficas Sete", mas dólar ainda é uma preocupação

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 16 de julho de 2025 às 06h54.

Os investimentos em ações de tecnologia nos Estados Unidos avançaram no ritmo mais rápido registrado em 16 anos.

Foi o que revelou uma pesquisa do Bank of America, que mostrou que entre abril e julho, o salto nas alocações foi o maior desde março de 2009. Após uma queda nas ações das Magníficas Sete durante o 'tarifaço' de Donald Trump em abril, analistas perceberam uma rápida recuperação de Wall Street. 

A tendência revela que mesmo com incertezas econômicas e geopolíticas, investidores ainda confiam e investem nos papéis de tecnologia. "As Big Techs estão de volta no banco do motorista", brincou Venu Krishna, chefe de estratégia de ações no Barclays, em entrevista ao Financial Time

A Microsoft, Meta, Alphabet, Amazon, Apple e Tesla devem divulgar seus resultados do 2º trimestre nas próximas semanas. 

Segundo Krishna, os especialistas esperam que o setor supere as expectativas de lucro. "A única dúvida é: qual será a magnitude da surpresa?"

Big techs em alta

A Nasdaq Composite, grupo na bolsa de valores focado em tecnologia, subiu mais de 33% desde a queda em abril, registrando uma série de máximas históricas, segundo o FT. Na última semana, a Nvidia - fabricante de chips - tornou-se a primeira empresa a alcançar uma avaliação de US$ 4 trilhões, ultrapassando a Microsoft e se tornando a companhia a mais valiosa do mundo.

Em entrevista ao jornal britânico, Marija Veitmane - chefe de pesquisa de ações da State Street - destacou que o setor de tecnologia continua sendo o favorito globalmente. “Sólido crescimento consistente dos lucros, com altas margens e forte geração de caixa. Não há outro setor que ofereça isso", completou. 

Avaliação cara e instabilidade dos EUA preocupam

Apesar do entusiasmo, especialistas alertam para ações com preços acima da média. De acordo com Elyas GAlou, estrategista do BofA, a avaliação é a principal preocupação. "Os gestores de fundos sabem que estão comprando um dos mercados mais caros dos últimos 100 anos”, revelou.

A pesquisa também indicou que os gestores de fundos seguem cautelosos em relação aos ativos americanos, mantendo posições vendidas no dólar, apontadas como a operação mais congestionada do mercado. A moeda norte-americana acumula queda de quase 10% no ano.

“Os investidores estão emocionalmente pessimistas em relação aos EUA, mas não estão fisicamente pessimistas”, afirmou Galou. “Eles permanecem otimistas com o setor de tecnologia, impulsionados pela IA, mas continuam receosos em relação ao dólar devido às políticas comercial e fiscal do país.”

Até julho, a aposta “comprado em ouro” vinha sendo considerada a operação mais lotada pelos gestores. A desconfiança em torno do dólar também fortaleceu o euro. Entre os entrevistados, um saldo líquido de 20% indicou posição acima da média na moeda europeia, o maior nível desde janeiro de 2005.

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