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Bolha de IA? Para esse operador da Goldman Sachs, não é bem assim

Mike Washington, operador da divisão de bancos e mercados globais, avalia que o momento atual é sólido e distante de uma euforia irracional

Ações de IA: operador da Goldman Sachs disse que rali em Wall Street reflete fundamentos reais, não uma bolha. (Getty Images)

Ações de IA: operador da Goldman Sachs disse que rali em Wall Street reflete fundamentos reais, não uma bolha. (Getty Images)

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 06h01.

O temor de uma bolha financeira voltou a rondar Wall Street com a disparada das ações de empresas ligadas à inteligência artificial.

Mike Washington, operador da divisão de bancos e mercados globais da Goldman Sachs, avalia que o momento atual é sólido e distante de uma euforia irracional.

Em entrevista à Business Insider, o especialista afastou a hipótese de uma crise. “Sinto que estamos à beira de um colapso de bolha? Não sinto”, disse.

IA impulsiona Wall Street

De acordo com dados citados pelo site, empresas de inteligência artificial responderam por 80% dos ganhos do S&P 500 em 2025, levando o índice a subir cerca de 13% desde o início do ano.

A Nvidia, que se tornou a primeira companhia pública a alcançar US$ 4 trilhões em valor de mercado, valorizou 35% no ano. Microsoft e Alphabet, controladora do Google, avançaram aproximadamente 21% e 32%, respectivamente.

Washington explicou que, embora uma correção de curto prazo “provavelmente faça sentido”, ele não vê sinais de um colapso semelhante ao das pontocom. “As maiores empresas do planeta estão crescendo de fato e contribuindo para essa valorização de preços que temos observado”, afirmou.

Valorações mais contidas

O operador citou pesquisa da Goldman Sachs indicando que o índice preço/lucro projetado para dois anos das sete maiores ações do S&P 500 está em 27, bem abaixo dos 52 registrados durante a bolha das pontocom.

Segundo Washington, isso mostra que o avanço atual é sustentado por resultados concretos. “É fácil pensar que, quando o mercado sobe, é porque as ações estão sendo avaliadas em níveis irracionais, mas não é isso que está acontecendo”, disse.

Fluxo de capital e consumidor forte

O especialista também afirmou que a Goldman Sachs projeta US$ 520 bilhões em compras de ações por famílias americanas em 2026, um aumento de 19% em relação a 2025. Ele acrescentou que houve um “volume impressionante” de investimento estrangeiro nos mercados dos EUA neste ano, impulsionado pela desvalorização do dólar e pelo interesse global em papéis ligados à IA.

Outro ponto positivo é o comportamento do consumidor. “O consumidor está realmente resiliente neste momento”, disse, destacando que essa foi a principal conclusão de uma conferência de varejo promovida pelo banco há seis semanas.

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