Redatora
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 06h05.
As bolsas globais operam em alta nesta terça-feira, 23, embaladas pela força do setor de tecnologia e pelo otimismo em torno da inteligência artificial.
O anúncio da Nvidia de que vai investir até US$ 100 bilhões na OpenAI reforçou o fluxo de capital para ações ligadas ao tema, levando Wall Street a novos recordes na véspera e sustentando ganhos na Ásia e na Europa.
Ao mesmo tempo, investidores seguem atentos às perspectivas de mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) e à divulgação dos índices de atividade (PMIs) ao longo do dia.
Na Ásia, os mercados estenderam os ganhos recentes, com destaque para Taiwan. O Taiex subiu 1,42% e fechou em nova máxima histórica, aos 26.247 pontos, em mais um sinal da força da alta concentrada em tecnologia. O índice acumula valorização de quase 7% em setembro.
Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,51%, acumulando mais de 9% no mês, enquanto o Kosdaq recuou 0,25%. O S&P/ASX 200, da Austrália, também ganhou 0,40%, apesar de números de PMI abaixo do esperado, que reforçam sinais de fraqueza na atividade local.
O movimento não foi uniforme: em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,65%, pressionado por incertezas diante da aproximação do supertufão Ragasa, que deve atingir a região do Delta do Rio das Pérolas nesta quarta-feira. Na China continental, o CSI 300 recuou 0,06%, interrompendo a sequência de altas recentes impulsionadas por estímulos de liquidez.
O mercado japonês permaneceu fechado por feriado local, mas o Nikkei já acumula 6,5% de valorização em setembro.
Na Índia, os índices operavam em leve alta pela manhã, com o BSE Sensex avançando 0,08% e o Nifty 50, 0,16%. O mercado segue atento ao impacto da taxa de US$ 100 mil por visto H-1B, anunciada pelo presidente americano Donald Trump. O país é diretamente afetado: 71% dos vistos emitidos em 2024 foram destinados a profissionais indianos de tecnologia.
Na abertura europeia, os índices reagiam ao rali de Nova York e ao bom humor do setor de chips. Por volta das 5h45 (horário de Brasília), o Stoxx 600 subia 0,50%, o DAX, de Frankfurt, 0,71%, o CAC 40, de Paris, 0,95%, e o FTSE 100, de Londres, 0,33%.
Empresas de semicondutores como Infineon e STMicro registravam ganhos de até 2%, refletindo a expectativa de que a parceria Nvidia-OpenAI impulsione investimentos globais em data centers.
Também entre os destaques, a dinamarquesa Orsted avançava mais de 6% após decisão judicial nos EUA que liberou um projeto de energia eólica offshore.
Já a varejista britânica Kingfisher, do setor de materiais para construção e decoração, disparava 18%, no topo do Stoxx 600, após elevar projeções apoiada na demanda doméstica.
No entanto, indicadores preliminares de atividade reforçaram preocupações: na França, o PMI composto caiu para 48,4 em setembro, sinalizando contração mais forte da economia, especialmente na indústria.
Em Nova York, os três principais índices fecharam a segunda-feira em níveis recordes: o S&P 500 avançou 0,44%, o Nasdaq subiu 0,70% e o Dow Jones ganhou 0,14%. Todos atingiram novas máximas intradiárias, sustentados pela disparada de quase 4% das ações da Nvidia.
Nesta manhã, os futuros operavam estáveis, sugerindo pausa após a escalada: o S&P 500 recuava 0,01%, o Nasdaq 100 subia 0,04% e o Dow Jones avançava 0,05%.
Os investidores aguardam hoje falas de dirigentes do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, que participa de evento sobre perspectivas econômicas. A expectativa de cortes adicionais de juros em outubro e dezembro segue precificada pelos mercados, apesar de mensagens divergentes entre integrantes do banco central.