Redatora
Publicado em 28 de julho de 2025 às 06h14.
As ações europeias abriram nesta segunda-feira, 28, no maior nível em quatro meses após o anúncio do acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia.
No domingo, o presidente americano Donald Trump anunciou ter fechado "o maior acordo já feito" com o bloco europeu para reduzir as tarifas de importação de 30% para 15%. Alguns setores estratégicos, como o de peças para aeronaves e de produtos químicos, serão isentos.
Trump afirmou que o bloco também investirá US$ 600 bilhões nos Estados Unidos como parte do acordo. Segundo ele, US$ 150 bilhões serão destinados ao setor de energia, enquanto outra parcela será aplicada em equipamentos militares.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que o acordo é válido para todos os setores econômicos e “trará estabilidade e ajudará a reequilibrar o comércio entre os dois lados”. O novo acordo deverá ser submetido à aprovação dos 27 Estados-membros do bloco europeu.
Às 5h25 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 operava com alta de 0,64%. Outros índices importantes da região, como o Dax, da Alemanha; o CAC 40, da França, e o FTSE 100, do Reino Unido, também registravam altas de 0,27%, 0,71% e 0,15%, respectivamente.
As ações de montadoras europeias impulsionam os índices. Logo após a abertura dos mercados, o índice Stoxx Europe Autos subia mais de 1,5%. Já os papeis de montadoras como Stellantis, Porsche e Mercedes-Benz registravam alta de mais de 2%.
No domingo, Trump afirmou que a redução de tarifas de importação de produtos europeus para 15% será "ótima para carros".
Na Ásia, as bolsas fecharam sem uma direção definida enquanto os investidores aguardam mais informações sobre as negociações comerciais entre EUA e China, previstas para continuar nesta segunda-feira, na Escócia.
No encontro, os Estados Unidos serão representados pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, enquanto a China terá como representante o vice-premiê He Lifeng.
Na China, o índice CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen, fechou em alta de 0,21%; já o Hang Seng, de Hong Kong, terminou o dia com alta de 0,68%.
Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,42%, enquanto o Kosdaq, que reúne empresas de menor capitalização, teve alta de 0,32%.
Na Austrália, o S&P/ASX 200 fechou com alta de 0,36%.
Em contrapartida, no Japão, os índices Topix e Nikkei terminaram em baixa de 0,72% e 1,10%, respectivamente.
Entre os destaques do pregão, estão as ações da fabricante de eletrônicos Samsung, que subiram mais de 6% e fecharam no maior nível desde setembro de 2024, após o bilionário Elon Musk confirmar a assinatura de um contrato de US$ 16,5 bilhões com a empresa para o fornecimento de semicondutores à Tesla.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros indicam uma abertura positiva em Wall Street. O Dow Jones sobe 0,2%, o Nasdaq 100 avança 0,5% e o S&P 500 registra alta de 0,32% por volta das 6h (horário de Brasília).
Os investidores americanos se preparam para uma semana agitada antes do fim do prazo para entrada em vigor das tarifas de Trump no dia 1º de agosto.
No front corporativo, a temporada de balanços continua com força total: mais de 150 companhias do S&P 500 irão divulgar seus resultados nesta semana. Entre elas, estão as gigantes Meta e Microsoft, que publicam seus números na quarta-feira, além de Amazon e Apple na quinta.
Além disso, o Federal Reserve realiza a sua reunião de política monetária na terça e na quarta-feira. O consenso entre os analistas de mercado é que o banco central americano mantenha as taxas de juros do país na faixa atual, entre 4,25% e 4,5%.