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Bolsas globais caem após notícias de Trump com covid-19

Presidente americano é o favorito dos investidores por suas políticas de menos impostos e baixa regulação

Donald Trump:  todos os americanos podem estar vacinados em abril (Mandel Ngan/AFP)

Donald Trump: todos os americanos podem estar vacinados em abril (Mandel Ngan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 06h40.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 06h52.

A sexta-feira deve ser de altas emoções nas bolsas globais depois de o presidente americano Donald Trump ter anunciado que ele e a primeira dama, Melania, testaram positivo para o novo coronavírus. Os índices futuros ligados a Dow Jones estavam em queda de até 500 pontos nas primeiras horas do dia. Os índices europeus começaram o dia em baixa -- o FTSE100 estava em queda de 0,54% às 6h30 de Brasília.

A notícia vai afetar a campanha presidencial, uma vez que Trump e Melania precisarão ficar em isolamento. Ele já cancelou um comício que faria nesta sexta-feira na Flórida, um dos estados decisivos para a eleição no colégio eleitoral. O democrata Joe Biden, que debateu com Trump na terça-feira, também pode terque suspender seus compromissos.

Ontem, as ações fecharam em alta -- Dow Jones subiu 0,1%, Nasdaq avançou 0,5% e Nasdaq fechou em alta de 1,4%. Para esta sexta-feira a grande expectativa estava centrada no relatório de empregos para setembro nos Estados Unidos, o último antes das eleições. A expectativa é de um acréscimo de 800.000 vagas, o que poderia marcar o quinto mês seguido de recuperação após as quedas bruscas de março e abril, quando mais de 20 milhões perderam o emprego.

O índice de volatilidade Vix, conhecido como "índice do medo", abriu a sexta-feira com alta de dois pontos, em 28, sinal de que investidores preveem mais turbulência. "Estamos numa situação em que temos mais perguntas que respostas", afirmou o chefe de estratégia de mercado da Westpac, Robert Rennie, ao Financial Times.

Trump é o favorito dos investidores, com suas políticas econômicas focadas em menos impostos, baixa regulação e estímulos, um combinação que fez o mercado acionário americano bater sucessivos recordes durante sua gestão. Ainda assim, Wall Street doou apenas 10,5 milhões de dólares para a campanha de Trump, ante 51 milhões para a campanha de Biden, segundo levantamento da CNN. Para os investidores, tão importante quanto a eleição presidencial é a do Senado, hoje nas mãos republicanas, mas com grandes possibilidades de virar para os democratas.

A Casa Branca e o Senado democratas são uma grande preocupação em Wall Street, e a notícia de que o presidente está com covid-19 pode endurecer o discurso da oposição contra suas políticas de saúde e dar munição extra para os democratas tanto na campanha presidencial, quanto no Senado.

Para a bolsa brasileira a notícia sobre Trump tumultua ainda mais o cenário. Ontem, o Ibovespa subiu 0,93% após o governo ter abandonado os planos de usar recursos do Fundeb e de precatórios para financiar o Renda Brasil. O dólar, por sua vez, fechou em alta de 0,7%, negociado a 5,65 reais. A incerteza, que já era alta, só fez crescer nesta sexta.

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