Redatora
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 06h31.
Os mercados financeiros globais iniciaram a semana em alta nesta segunda-feira, 4, impulsionados por expectativas de corte de juros nos Estados Unidos, apesar das incertezas em torno da nova rodada de tarifas comerciais anunciadas pelo presidente Donald Trump e dos sinais de desaceleração na economia americana.
Os índices futuros de Nova York operavam no azul por volta das 6h (horário de Brasília), com avanço de 0,70% no Dow Jones, 0,69% no S&P 500 e 0,78% no Nasdaq 100.
O movimento reflete uma tentativa de recuperação após a forte correção da semana anterior, quando os três principais índices registraram seus piores desempenhos em meses, pressionados pelo fraco relatório de empregos de julho e pela escalada protecionista dos EUA.
Na Europa, os mercados também registravam ganhos. O índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,69%, com destaque para os avanços do DAX, na Alemanha (+1,14%), e do CAC 40, na França (+0,96%).
O FTSE 100, principal índice da Bolsa de Londres, subia 0,48% nesta segunda-feira, impulsionado principalmente pela forte valorização das ações de bancos britânicos, como o Lloyds, que avançava 6,5%, e o Close Brothers, com alta de mais de 23%. O movimento veio após uma decisão favorável da Suprema Corte do Reino Unido na sexta-feira, 1, relacionada ao escândalo de financiamento de carros com comissões abusivas.
Além disso, no domingo, a Autoridade de Conduta Financeira (FCA) anunciou que está avaliando a criação de um esquema de ressarcimento setorial, com pagamentos previstos a partir de 2026 — mas com um custo estimado bem menor, entre 9 e 18 bilhões de libras no total. Para analistas do banco Jefferies, esse posicionamento da FCA reduz os riscos jurídicos para instituições como o Lloyds, que já haviam feito provisões para o caso.
Na Suíça, o sentimento é de cautela. O índice SMI caiu cerca de 1,5% após a notícia de que o país será alvo de uma tarifa de 39% imposta pelos EUA, atingindo exportadores de relógios, joias e maquinário industrial.
Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em alta. O Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,92%, e o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,91%. O índice de ações chinesas CSI 300 teve leve alta de 0,39%, enquanto o índice australiano S&P/ASX 200 terminou o dia estável.
O Japão destoou do otimismo: o Nikkei caiu 1,25% e o Topix recuou 1,10%, pressionados pela fraqueza do iene frente ao dólar.
No mercado de commodities, o petróleo operava de forma mista após a decisão da Opep+ de aumentar a produção em 547 mil barris por dia a partir de setembro. O Brent recuava 0,2%, enquanto o WTI subia 0,3%.
Já o ouro spot recuava 0,2%, refletindo realização de lucros após alta de mais de 2% na sexta-feira, impulsionada pelas apostas em um corte de juros pelo Federal Reserve.
A semana também será marcada por uma nova leva de balanços corporativos nos EUA. Entre os destaques estão as divulgações da Caterpillar, McDonald’s e Disney, integrantes do índice Dow Jones e vistas como termômetros importantes da atividade econômica americana.