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Bolsas globais operam com cautela antes da decisão do Fed e dos balanços de Microsoft e Meta

Investidores também monitoram tensões comerciais com Trump e resultados de L’Oréal, HSBC e Siemens

Hong Kong: o índice Hang Seng caiu 1,3%, pressionado pela ausência de avanços concretos nas tratativas comerciais entre China e EUA (Vernon Yuen/NurPhoto/Getty Images)

Hong Kong: o índice Hang Seng caiu 1,3%, pressionado pela ausência de avanços concretos nas tratativas comerciais entre China e EUA (Vernon Yuen/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 30 de julho de 2025 às 06h02.

As bolsas internacionais operam com viés de cautela nesta quarta-feira, 30, diante da expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed), da divulgação de balanços de gigantes da tecnologia e da aproximação do prazo final para novos acordos comerciais antes da entrada em vigor das tarifas impostas pelos Estados Unidos, no próximo dia 1º de agosto.

Nesta manhã, as bolsas da Europa operam sem direção definida, em meio à repercussão dos balanços corporativos e à divulgação de indicadores econômicos da região.

Por volta das 5h40 (horário de Brasília), o CAC 40, da França, subia 0,30%, e o DAX, da Alemanha, avançava 0,03%. Em sentido oposto, o índice europeu Stoxx 600 recuava 0,04% e o FTSE 100, de Londres, caía 0,24%.

Entre os destaques do dia, a divisão de saúde da Siemens superou as expectativas de faturamento no trimestre, com avanço de 7,6% nas vendas, e elevou a faixa de projeção para o ano, apesar das incertezas geopolíticas.

Já a gigante de beleza L’Oréal decepcionou o mercado com uma alta modesta de 2,4% nas vendas e alertou que o novo acordo comercial entre União Europeia e Estados Unidos pode elevar os custos para o setor.

A gigante química BASF, por sua vez, reportou queda de 2% no faturamento e de 9,4% no lucro ajustado do segundo trimestre, culpando os efeitos indiretos das tarifas americanas por reduzir a demanda e aumentar a pressão competitiva.

No setor de luxo, o conglomerado de luxo Kering registrou queda de 15% nas vendas, com a Gucci, principal marca do grupo, despencando 25%. Em contrapartida, a grife Hermès manteve a tendência de crescimento, com aumento de 9% nas vendas, puxado por todas as regiões.

O setor financeiro também apresentou resultados mistos. O banco britânico HSBC reportou uma queda de 29% no lucro antes de impostos no segundo trimestre, devido a provisões e reestruturações, mas anunciou uma recompra de ações de US$ 3 bilhões.

Já o banco espanhol Santander apresentou lucro recorde, impulsionado por sua forte atuação no varejo bancário e pela menor exposição aos efeitos diretos da guerra tarifária.

Ásia fecha sem direção

Os mercados asiáticos encerraram o pregão desta quarta-feira, 30, em direções distintas, refletindo a cautela dos investidores diante das incertezas comerciais.

Na terça-feira, 29, o vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, anunciou que representantes dos Estados Unidos e da China concordaram em estender a trégua tarifária, segundo informações da Bloomberg. Ainda assim, os desdobramentos seguem no radar, já que a decisão final dependerá do aval do presidente Donald Trump.

No Japão, o índice Nikkei 225 fechou estável, enquanto o Topix subiu 0,4%. O Kospi, da Coreia do Sul, avançou 0,74%, impulsionado por ganhos no setor de tecnologia. Na Austrália, o S&P/ASX 200 subiu 0,6%, com os investidores reagindo aos dados de inflação mais fracos do que o esperado, o que fortalece a possibilidade de corte de juros pelo banco central local.

Na China, o CSI 300, que reúne ações das bolsas de Xangai e Shenzhen, terminou o dia praticamente estável, refletindo a expectativa em torno da postura dos EUA diante das tarifas. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,3%, pressionado pela ausência de avanços concretos nas tratativas comerciais entre os dois países.

Futuros de NY em leve alta

Nos Estados Unidos, os futuros dos principais índices acionários operam sem direção única nesta manhã. Por volta das 5h52 (horário de Brasília), os contratos do S&P 500 subiam 0,05%, os do Nasdaq 100 avançavam 0,13% e os do Dow Jones recuavam 0,02%.

A atenção dos mercados está voltada para a decisão de juros do Federal Reserve, prevista para esta tarde. A expectativa majoritária é de que a autoridade monetária mantenha a taxa inalterada, mas investidores buscam sinais sobre cortes futuros, em especial diante dos efeitos da política tarifária do governo Trump e da desaceleração econômica em setores estratégicos.

Enquanto isso, o mercado também acompanha a divulgação de resultados de grandes empresas americanas, com destaque para Microsoft, Meta, Qualcomm e Ford, que apresentam seus balanços após o fechamento do mercado.

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