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Bombril divulga plano de recuperação judicial

O montante discutido nos processos judiciais é estimado em R$ 2,3 bilhões

Carlos Moreno como Garoto Bombril, protagonista da campanha publicitária de maior longevidade do Brasil, que consolidou a marca como sinônimo da categoria de esponjas de aço (Reprodução)

Carlos Moreno como Garoto Bombril, protagonista da campanha publicitária de maior longevidade do Brasil, que consolidou a marca como sinônimo da categoria de esponjas de aço (Reprodução)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 23 de abril de 2025 às 11h09.

Última atualização em 23 de abril de 2025 às 12h11.

A Bombril (BOBR4), conhecida pelas esponjas de aço e outros produtos de limpeza, apresentou o plano de recuperação judicial na noite desta terça-feira, 22, o que representa a nova etapa do processo.

O Grupo Bombril informou no dia 10 de fevereiro de 2025 o pedido de recuperação judicial à 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e Conflitos de Arbitragem do Estado de São Paulo. O principal motivo está relacionado a autuações da Receita Federal, que apontam a suposta falta de recolhimento de tributos sobre operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros (T-Bills).

O montante discutido nos processos judiciais é estimado em R$ 2,3 bilhões. Além disso, a companhia enfrenta obrigações financeiras com vencimentos antecipados que podem chegar a R$ 220 milhões. Entre os principais credores estão bancos e instituições financeiras, como Banco ABC Brasil, C6 Bank, Banco Daycoval e Tribanco.

No plano da companhia consta as propostas de recuperação, como a reorganização societária, com possibilidade de fusões, cisões e outras operações para eficiência organizacional; e alienação de ativos com a criação de Unidades Produtivas Isoladas (UPIs). Por exemplo, a venda de uma unidade fabril completa sem os passivos associados.

Outra medida é a captação de novos recursos para continuidade das operações, com novos financiamentos, empréstimos e linhas de crédito. Também há a possibilidade de oferecer garantias reais ou fiduciárias para obter esses recursos.

As empresas do grupo irão reestruturar suas dívidas com os credores concursais, aqueles sujeitos à recuperação judicial, oferecendo opções de pagamento conforme o tipo de crédito. As opções podem ser descontos no valor devido, parcelamento em longo prazo (alguns com início em até 60 meses), pagamentos à vista com limite de valor e correção monetária baseada na Taxa TR.

“O plano estabelece os termos e condições propostos relativamente às principais medidas que poderão ser adotadas visando a superação da atual situação econômico-financeira da Companhia, a continuidade de suas atividades, a preservação de valor e a promoção de sua função social”, disse a empresa em comunicado a CVM.

Formas de pagamento aos credores

Os credores trabalhistas possuem duas opções para receber o pagamento. Até R$ 10 mil à vista em até 30 dias após publicação do quadro de eleição ou 30% do valor em um ano após homologação do plano. Os salários atrasados dos três meses anteriores devem ser pagos em até 30 dias após a homologação.

Os credores com garantia real, microempresas e os credores quirografários, aqueles que não têm garantia específica sobre bens da empresa e não são prioridades em caso de falência, devem receber até R$ 10 mil à vista ou 30% parcelado em dez parcelas semestrais, a partir de 60 meses.

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