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Bradesco BBI dá 'compra' para ações no Brasil com aposta em corte de juros e eleições

América Latina é melhor região para estar posicionada no mundo este ano, aponta o banco; Brasil e Argentina são preferências

Tese de investimento no Brasil também se apoia em uma reversão na desvalorização do real frente ao dólar (Henrique/SOPA Images/Getty Images)

Tese de investimento no Brasil também se apoia em uma reversão na desvalorização do real frente ao dólar (Henrique/SOPA Images/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 8 de maio de 2025 às 12h01.

O Bradesco revisou sua recomendação para ações no Brasil, elevando a recomendação do país para "compra" (overweight) e destacando uma combinação de fatores macroeconômicos que devem impulsionar os ativos brasileiros nos próximos meses.

Segundo o banco, o Brasil teve um desempenho superior ao esperado nos primeiros meses de 2025, com uma valorização de 20% em suas ações impulsionada por dois fatores principais: um alívio da preocupação fiscal que dominou o quarto trimestre de 2024 e uma percepção de que o país se tornou um porto seguro em meio à guerra comercial do governo Trump.

Com isso, o Bradesco vê espaço para mais ganhos, especialmente com a iminência de dois catalisadores importantes — um possível corte nas taxas de juros e o cenário eleitoral de 2026.

"Ambos os catalisadores são maiores do que o usual e ainda não foram precificados pelos investidores", aponta o relatório.

Após a elevação da Selic na última quarta-feira, 7, a previsão é que o Brasil comece a cortar as taxas de juros em dezembro, algo que deve colocá-lo em uma posição única, como uma das poucas economias globais a tomar essa medida. Esse movimento deve favorecer setores sensíveis à taxa de juros, como consumo, infraestrutura e empresas de mercado de capitais.

Além disso, o processo eleitoral de 2026, que começa a ganhar corpo no calendário no final deste ano, historicamente está associado a bons retornos para os investidores, independentemente do vencedor, de acordo com o banco.

Em termos de posicionamento, o Bradesco segue com um portfólio focado em setores sensíveis às taxas de juros, como Assaí e Localiza, além de BTG Pactual, XP e Energisa, que passa a integrar as recomendações da casa. A carteira também tem exposição a empresas estatais, como Petrobras e Banco do Brasil.

A tese de investimento no Brasil também se apoia em uma reversão na desvalorização do real frente ao dólar.

No cenário regional, o Bradesco segue otimista com a América Latina, que considera "a região com melhor desempenho no mundo neste ano", mas com preferência clara por Brasil e Argentina. O banco classifica México e Chile como neutros e mantém Peru e Colômbia com recomendação de "venda" (underweight).

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