Mercados

Brasil está entre vulneráveis à alta de juros, diz Moody's

A Moody's destaca a queda do real e a piora das moedas de outros países, como Argentina, Turquia, Rússia e África do Sul


	Sede da Moody's: o aumento das taxas pode provocar volatilidade nos fluxos internacionais de capital, afirma o documento
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Sede da Moody's: o aumento das taxas pode provocar volatilidade nos fluxos internacionais de capital, afirma o documento (REUTERS/Brendan McDermid)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2015 às 19h03.

Nova York - Os países emergentes que estão mais em risco a partir da efetiva elevação dos juros nos Estados Unidos tendem a ser Brasil, Turquia, Rússia e em alguma extensão a África do Sul, afirma a agência de classificação de risco Moody's em relatório comentando o impacto da alta das taxas para a economia mundial.

O aumento das taxas pode provocar volatilidade nos fluxos internacionais de capital, afirma o documento.

Estes países já vêm sofrendo com a queda dos preços das commodities, com a desaceleração da China e têm apresentado desafios importantes no mercado doméstico, o que tem tido reflexos nas taxas de câmbio e no mercado financeiro.

Além disso, estas economias possuem menos espaço de políticas econômicas para lidar com choques externos, de acordo com o relatório.

A Moody's destaca a queda do real e a piora das moedas de outros países, como Argentina, Turquia, Rússia e África do Sul, que em média acumulam desvalorização de 17% este ano.

A alta de juros nos EUA, prevista para ser anunciada nesta quarta-feira, 16, no final da reunião de dois dias dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), retira um componente de incerteza para os emergentes, mas alguns desses países, que se encontram com indicadores econômicos mais deteriorados, podem enfrentar volatilidade nos fluxos de capital, afirma a Moody's.

Por isso, o relatório destaca que os riscos negativos permanecem para os ratings soberanos de alguns destes países.

Os emergentes que possuem menos colchão de proteção e espaço de manobra na política econômica são os mais expostos a terem fuga de capital, afirma a Moody's.

Os economistas da agência destacam que o movimento de queda visto na taxa de câmbio de alguns destes países neste ano já foi uma antecipação ao aumento de juros pelos EUA.

"Uma vez que o Fed eleve os juros, embora antecipado, ainda permanece um baixo risco de uma reação desordenada caso o movimento inicial do Fed faça os investidores ajustarem abruptamente as suas expectativas por retornos", afirma o relatório.

A recomendação da Moody's é que os governos sejam vigilantes.

EUA

Para os EUA, a Moody's espera um impacto reduzido da elevação dos juros, já que o aumento será pequeno e os novos aumentos em 2016 devem ser "muito graduais", afirma o relatório.

A alta, afirma o relatório, mostra que a economia norte-americana vem se recuperando. A decisão do Fed também deve ter baixo impacto nos países desenvolvidos.

Acompanhe tudo sobre:Países ricosEstados Unidos (EUA)JurosMoody's

Mais de Mercados

Palantir nega falhas de segurança em sistemas de defesa; mercado reage mal e ação cai 7,5%

Novo Nordisk planeja lançar pílula contra obesidade em plataformas de telemedicina

Renault estuda aliança com chinesa Cherry para fabricar carros na América do Sul

Ibovespa fecha nos 144 mil pontos, mas tem saldo negativo na semana