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Brasileiro consegue investir na Nvidia com pouco mais de R$ 20

Fabricante de chips de IA se tornou empresa mais valiosa do mundo; na B3, BDR valorizou 458% em dois anos, mas liquidez pode ser limitada

 (Antonio Bordunovi/Getty Images)

(Antonio Bordunovi/Getty Images)

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 07h01.

A Nvidia (NVDA) rompeu nesta quarta-feira, 29, a barreira dos US$ 5 trilhões em valor de mercado, um marco inédito no mundo. O feito, impulsionado por novos anúncios de investimentos em inteligência artificial, mantém a fabricante de chips no radar do investidor e há espaço para que brasileiros também surfem nessa onda.

Hoje, um investidor com residência no Brasil já pode comprar ações diretamente no exterior, abrindo conta em uma corretora internacional, ou negociando BDRs, os Brazilian Depositary Receipts. São ativos lastreados nas ações negociadas no exterior e emitidas por instituições financeiras no Brasil. Eles são negociados na B3 e podem ser adquiridos pelo home broker, tal qual uma ação ou cota de alguns fundos, porém costuma ter menos liquidez.

Para quem busca acesso facilitado, os BDRs são a porta de entrada mais simples. Eles dispensam a abertura de conta no exterior e o envio de remessas internacionais. No caso da Nvidia, o papel é o NVDC34, que reflete o desempenho das ações da empresa nos Estados Unidos.

O BDR da Nvidia está entre os 10 mais negociados da B3 e é o segundo mais procurado, atrás apenas do BDR da Tesla (TSLA34), segundo dados compilados em setembro pela Bolsa de Valores. Hoje, cada 1 BDR da Nvidia equivale a 1/48 (um quarenta e oito avos) de uma ação da companhia negociada nos EUA, o que a torna bem mais acessível. Afinal, uma ação da Nvidia em Nova York está na casa dos US$ 200 (mais de R$ 1 mil).

Quando a ação sobe lá fora, o BDR também valoriza por aqui. Desde junho de 2023, quando a Nvidia atingiu seu primeiro trilhão em valor de mercado, os BDRs da companhia registraram uma valorização de quase de 458%. Em 2020, o papel podia ser encontrado por R$ 1; agora, está cotado a R$ 23,15, conforme fechamento na sessão desta quarta-feira, 29.

O que está por trás do avanço da Nvidia

A disparada reflete o momento da Nvidia como protagonista da corrida global por inteligência artificial. Desde que os chips da companhia se tornaram a base de sistemas de aprendizado de máquina, a empresa passou a ser vista como a espinha dorsal da nova economia digital, uma transformação que a levou a superar gigantes como Apple, Microsoft e Alphabet em valor de mercado.

Ontem, na conferência GTC, em Washington, o CEO Jensen Huang anunciou uma nova leva de investimentos que consolidam essa posição. Entre eles estão encomendas de US$ 500 bilhões em chips de IA, a construção de sete supercomputadores para o governo dos Estados Unidos e uma parceria com a Uber para criar uma frota de 100 mil robotáxis autônomos, prevista para 2027.

A companhia também revelou o NVQLink, tecnologia que conecta processadores quânticos às GPUs e CPUs da Nvidia, atraindo o interesse de ao menos 17 empresas do setor, incluindo Rigetti Computing e IonQ. Esses anúncios reforçaram o otimismo do mercado e impulsionaram as ações da companhia.

A tese da IA para os investidores

Segundo Bruno Yamashita, analista de Alocação e Inteligência da Avenue, o investidor brasileiro que busca aproveitar as oportunidades ligadas à Nvidia, ou à tese de inteligência artificial como um todo, precisa olhar para o mercado internacional, especialmente o norte-americano, pela relevância que tem no desenvolvimento do setor.

O especialista observa que há hoje um acesso muito mais fácil e barato para investir diretamente no exterior, seja por meio da compra de ações da própria Nvidia, o que também pode ser realizado pela exposição a índices como o S&P 500, que concentra grande parte das big techs e inclui a fabricante de chips entre suas principais posições.

Yamashita lembra, no entanto, que é importante que o investimento esteja alinhado ao perfil de risco de cada pessoa.

"É sempre válido lembrar que o investidor tem que estar investindo e procurando os ativos que estão de acordo com o seu perfil de risco. Caso a renda variável faça parte dessa composição do portfólio dele, ele pode eventualmente buscar essas oportunidades e tentar investir nesses temas", afirma.

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