Migração de empresas: Bolsas oferecem vantagens para atrair companhias (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 26 de novembro de 2025 às 18h25.
Última atualização em 26 de novembro de 2025 às 18h28.
Em meio à transição de comando e a uma estratégia cada vez mais orientada por tecnologia e inteligência artificial (IA), o Walmart, maior varejista do mundo, vai transferir a listagem de suas ações da New York Exchange (Nyse) para a Nasdaq. Será a maior migração de listagem da história em Wall Street.
Sediada em Bentonville, Arkansas, e listada na Nyse desde 1972, a gigante do varejo deve ter suas ações negociadas no índice Nasdaq Global Select Market, o mais alto dos três níveis da bolsa, a partir do dia 9 de dezembro. As ações continuarão a ser negociadas sob o ticker "WMT".
A mudança para a Nasdaq, tradicionalmente associada a empresas de tecnologia, acompanha o esforço do Walmart para reforçar sua identidade digital. Além das ações, a varejista também transferirá a listagem de nove títulos para a nova bolsa.
A operação supera os valores de outras migrações históricas. Em 2017, a PepsiCo deixou a Nyse após quase um século listada, tornando-se à época a maior empresa a migrar para a Nasdaq, com valor de mercado de cerca de US$ 166 bilhões. Depois veio a Linde, avaliada em aproximadamente US$ 180 bilhões. O Walmart, porém, está em outro patamar: sua capitalização de mercado ultrapassa US$ 800 bilhões.
A Nasdaq afirmou no ano passado que cerca de 40 integrantes do S&P 500 migraram para seus índices, sendo 24 deles hoje parte do Nasdaq-100. Tanto a Nasdaq quanto a Nyse "brigado" por empresas e incentivado migrações, oferecendo vantagens como redução de custos e ações de marketing. A Nyse, por exemplo, diz ter atraído 347 empresas da Nasdaq, entre elas a Virtu Financial, que fez a troca no início deste ano.
Apesar do domínio da Nasdaq e da NYSE, a concorrência no mercado de bolsas de valores dos EUA vem se intensificando. A promissora Bolsa de Valores do Texas (Texas Stock Exchange), apoiada por investidores como JPMorgan Chase, BlackRock e Citadel, já recebeu aprovação da SEC (equivalente à Comissão de Valores Mobiliários – CVM no Brasil) e pretende iniciar suas operações em 2026.
Além disso, as bolsas enfrentam a tendência crescente das empresas de permanecerem privadas por mais tempo, utilizando fontes de financiamento como private equity, que oferecem capital sem os custos e a supervisão regulatória de uma companhia de capital aberto.