Ouro: no ano, o metal já valorizou mais de 50% (sutan abraham/Getty Images)
Repórter de Mercados
Publicado em 24 de outubro de 2025 às 11h07.
Em um momento de maior volatilidade nos mercados globais, onde o ouro volta a se destacar como ativo de proteção e reserva de valor, o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) lançou um novo produto de investimento nesse segmento: o GOLB11.
O ETF (fundo de índice), segundo o banco, é o primeiro do país a combinar contratos futuros de ouro e Letras Financeiras do Tesouro (LFTs).
O GOLB11 vai seguir o desempenho do recém-lançado Índice Futuro de Ouro B3 (IFGOLD B3), que reflete a performance dos contratos futuros de ouro com maior volume de negócios. Com isso, os investidores podem investir em ouro sem custos altos de operação, e ainda obter rendimentos que estão atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). A estratégia do fundo inclui colocar o caixa nas LFTs, usadas como garantia.
O novo produto tem liquidez rápida (em 2 dias úteis), uma taxa de administração de 0,40% ao ano e taxa de imposto de 15% sobre o lucro. O valor mínimo de investimento é R$ 100, tornando-o uma opção acessível para quem busca diversificar investimentos e se proteger da volatilidade do mercado.
A gestora do BTG já soma R$ 6,2 bilhões em ativos sob gestão em ETFs e R$ 5 bilhões de captação líquida no acumulado de 2025.
Em 2025 o dólar parece ter encontrado um oponente à altura. Para analistas, o bom resultado do ouro nos últimos meses foi impulsionado pela busca global por ativos de proteção diante da instabilidade econômica, em especial com a paralisação do governo dos Estados Unidos, inflação elevada e tensões geopolíticas, em seu melhor desempenho em 50 anos.
Durante a estagflação da década de 1970, o ouro e a prata tiveram desempenhos excepcionais. Os metais também atuaram como importantes reservas de valor quando a bolha das empresas de tecnologia estourou no início dos anos 2000 e durante a crise financeira global de 2008.
Mas, desta vez, o rali do ouro começou já no final do ano passado, com o mercado já precificando os efeitos das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump com certa antecedência, e começando a se proteger. Após o anúncio de Trump, o movimento foi amplificado.
No ano, o metal já valorizou mais de 50%, enquanto a moeda americana amarga uma perda superior a 7%.
Para Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates e considerado guru de Wall Street, o ouro é “certamente” mais seguro do que a moeda norte-americana. No início do mês, durante o Greenwich Economic Forum, em Connecticut, Dalio afirmou que o metal é um excelente diversificador de portfólio e recomendou uma alocação de cerca de 15% em ouro na carteira de investimentos.
O bilionário Ken Griffin, da Citadel, também atribuiu o avanço do metal à crescente desconfiança em relação à moeda norte-americana.
Com o ouro consolidando um novo patamar, bancos como Goldman Sachs e UBS elevaram suas projeções.