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Buffett encerra participação na chinesa BYD após 17 anos de investimento

As ações da montadora chinesa recuaram 3,4% em Hong Kong após a notícia da saída da Berkshire Hathaway

Logo da BYD: empresa chinesa investe em fábricação e pesquisa no Brasil (BYD/Divulgação)

Logo da BYD: empresa chinesa investe em fábricação e pesquisa no Brasil (BYD/Divulgação)

Publicado em 22 de setembro de 2025 às 07h15.

Última atualização em 22 de setembro de 2025 às 11h18.

O investidor americano Warren Buffett encerrou sua participação na fabricante chinesa de veículos elétricos (EVs) BYD.

A Berkshire Hathaway deixou totalmente sua posição na montadora, considerada a maior concorrente da Tesla no mercado de EVs . O movimento marca o fim de um investimento iniciado em 2008 e que se multiplicou mais de 20 vezes ao longo do período.

A saída foi revelada em um documento regulatório da Berkshire Hathaway Energy, subsidiária do grupo, que registrou o valor da participação na BYD como zero em março deste ano. No fim de 2024, esse valor ainda aparecia em US$ 415 milhões.

De acordo com a Reuters, Buffett desembolsou US$ 230 milhões para comprar cerca de 225 milhões de ações da BYD em 2008, equivalentes a 10% da companhia na época.

A venda dos papéis começou em 2022, depois de a ação ter se multiplicado mais de vinte vezes. No auge, a valorização acumulada passava de 4.500%, segundo a Bloomberg.

Efeitos na BYD

A notícia derrubou os papéis da BYD em Hong Kong nesta segunda-feira, 22, que fecharam em queda de 3,35%, a maior perda em três semanas.

A empresa acumula queda de cerca de 30% desde o recorde atingido há quatro meses, pressionada pela guerra de preços no setor automotivo chinês.

Em uma publicação na rede social chinesa Weibo, Li Yunfei, gerente-geral de branding e relações públicas da BYD, agradeceu pelo investimento e apoio ao longo de 17 anos. Segundo a Reuters, ele destacou a “companhia” da Berkshire nesse período e classificou a saída como uma operação “normal” de mercado.

A saída ocorre em um momento delicado para a BYD. O lucro trimestral da empresa caiu pela primeira vez em três anos e meio, enquanto a companhia reduziu sua meta anual de vendas em até 16%, para 4,6 milhões de veículos. As vendas domésticas, que representam quase 80% dos embarques globais, recuaram pelo quarto mês consecutivo em agosto.

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