Joby Aviation: empresa planeja levar primeiros passageiros em 2026, em Dubai (John Keeble/Getty Images)
Repórter
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 08h48.
Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 08h50.
A Joby Aviation e a Archer Aviation, duas companhias da Califórnia especializadas em aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs) apresentaram seus modelos ao público pela primeira vez durante o California International Airshow, em Monterey County, no último sábado, 4.
O evento marcou a estreia dos chamados "carros voadores" diante de uma plateia nos Estados Unidos.
Os voos de demonstração duraram cerca de dez minutos cada e chamaram a atenção pelo baixo ruído. Apenas um leve zumbido pôde ser ouvido, reforçando uma das principais promessas da tecnologia: integrar-se a grandes cidades sem causar poluição sonora. A redução do barulho, com a segurança, é considerada essencial para conquistar aceitação popular.
As empresas planejam oferecer um serviço semelhante a aplicativos de transporte, mas com aeronaves totalmente elétricas e de emissão zero
Para viabilizar esse modelo, precisam superar desafios técnicos e regulatórios. Nos Estados Unidos, a certificação da Administração Federal de Aviação (FAA) é obrigatória antes do início de qualquer operação comercial.
Fundada em 2009, a Joby projeta começar a transportar passageiros em 2026, em Dubai. A Archer, criada em 2017, anunciou em maio uma parceria com os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, para oferecer transporte entre o aeroporto e os locais dos jogos.
O segmento de mobilidade aérea urbana ainda está em formação, mas já atrai investimentos bilionários e alimenta a disputa entre empresas que querem liderar o mercado.
No Brasil, a Embraer, por meio da Eve Air Mobility, também avança no setor. A empresa apresentou recentemente seu primeiro estudo global de mercado para eVTOLs e assinou um contrato de R$ 1,39 bilhão com a startup brasileira Revo e sua controladora, a Omni Helicopters International. O acordo prevê a compra de até 50 aeronaves elétricas, com entregas a partir do quarto trimestre de 2027.
A Revo será a primeira operadora comercial dos modelos da Eve, substituindo helicópteros convencionais em rotas urbanas por aeronaves 100% elétricas. São Paulo será a base inicial das operações, aproveitando a alta demanda do tráfego aéreo na cidade, que já concentra mais de 400 helicópteros registrados.
O estudo da Eve projeta uma receita global de até US$ 280 bilhões com eVTOLs até 2045, sustentada por uma demanda estimada de 30 mil aeronaves e até 3 bilhões de passageiros transportados.