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Casas Bahia desaba na bolsa após divulgar reestruturação de dívida

A varejista busca aval para aumentar seu capital e reperfilar dívidas, com a conversão de debêntures em ações

Casas Bahia: aumento de capital deve diluir base acionária (Germano Lüders/Exame)

Casas Bahia: aumento de capital deve diluir base acionária (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 16h11.

Última atualização em 26 de novembro de 2025 às 16h14.

As ações da Casas Bahia (BHIA3) desabam na sessão desta quarta-feira, 26. A empresa convocou assembleias para discutir o reperfilamento de suas dívidas e aumento de capital. Às 16h10 (horário de Brasília), os papéis caíam 16,75%, a R$ 3,38.

A varejista comunicou que submeterá os temas aos acionistas, em assembleia geral extraordinária a ser convocada para o dia 17 de dezembro. O conselho de administração da companhia autorizou o aumento do capital em até R$ 13,25 bilhões.

O grupo Casas Bahia também divulgou que será pautado o reperfilamento das debêntures da 10ª emissão, que inclui três séries, sendo a segunda conversível em ações, a ser discutido em assembleias gerais de debenturistas (AGDs) na mesma data.

A companhia explicou que a proposta faz parte das iniciativas para otimizar a estrutura de capital da varejista, dentro do seu plano de transformação.

O mercado, no entanto, reagiu mal ao anúncio, já que uma operação desse porte tende a diluir a base acionária da companhia, que vai precisar emitir novos papéis ao converter parte da dívida em ações. Isso significa que a proposta deve reduzir a participação dos atuais acionistas na empresa.

Com mais ações no mercado, cada investidor passa a deter uma fatia menor da empresa e, em geral, isso também pressiona o preço dos papéis para baixo.

"Os termos da possível conversão em ações ainda não estão claros, mas esperamos uma diluição significativa", disse o banco Safra em relatório.

O banco pondera que, por outro lado, a notícia também é positiva por representar "mais um esforço para abordar nossa maior preocupação em relação ao caso: a estrutura de capital". O Safra também destaca que "se o plano for implementado com sucesso, poderá levar a BHIA a finalmente apresentar resultados positivos".

O banco reconhece, contudo, que a proposta de reestruturação da dívida é "bastante agressiva".

"Aumenta a duração da dívida e reduz o prêmio, o que, em nossa visão, pode abrir espaço para novas negociações com os detentores de debêntures, podendo resultar na conversão da dívida em ações. Daí a proposta de aumento do capital autorizado", afirmaram os analistas Vitor Pini, Tales Granello e Renan Sartorio.

A queda dos papéis nesta quarta também destoa do fechamento no dia anterior, quando as ações da Casas Bahia fecharam em alta de 6,84%, na terceira sessão consecutiva de forte valorização.

Assembleias da Casas Bahia

A assembleia de debenturistas está marcada para o dia 17 de dezembro.

Em agosto deste ano, a gestora Mapa Capital se tornou a maior acionista da Casas Bahia depois de uma conversão de R$ 1,6 bilhão de dívidas em ações. A gestora ficou com três assentos no colegiado da varejista, de um total de sete. Hoje, o colegiado é formado por cinco membros e deve ser acrescido de duas cadeiras.

Fundada em 2013 por ex-executivos do Itaú BBA, a Mapa Capital se define como uma gestora de “gestão de participações” e “capital solutions" e assumiu a dívida referente a debêntures que pertenciam ao Banco do Brasil e ao Bradesco. A gestora ficou responsável pela condução do negócio e por carregá-lo no balanço – apostando na valorização dos papéis no longo prazo.

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