A Casas Bahia (BHIA3) deve submeter aos acionistas, no dia 30 de abril, uma proposta para incluir em seu estatuto social uma cláusula de proteção contra aquisições hostis, conhecida como poison pill. O mecanismo exige que qualquer investidor que atinja 20% ou mais do capital da companhia realize uma oferta pública de aquisição (OPA) para os demais acionistas.
A proposta vem num momento em que o investidor Rafael Ferri vem aumentando de forma relevante sua participação na companhia e passou a deter 5,11% do capital. Quando anunciou a participação relevante, ele afirmou que não havia intenção de "alterar a estrutura de controle".
Com uma força compradora expressiva, especialmente vinda de pessoas físicas, os papéis da companhia mais que triplicaram apenas no mês de março.
Casas Bahia (BHIA3) saltou 75% em 2025; o que explica a valorização da ação
Em comunicado, a empresa salienta os benefícios de seu capital disperso, sobretudo os de governança, com a "mitigação do risco de decisões tomadas em situação de conflito de interesses" e a "viabilidade de composição de seu conselho com membros independentes, não vinculados a acionistas e com a especialização necessária para a boa gestão dos negócios".
Segundo a Casas Bahia, a implementação da medida aumentaria a confiança dos investidores, contribuindo para a sustentabilidade financeira e operacional de longo prazo, especialmente em um momento de grandes desafios para a companhia.
Hoje, a Casas Bahia não tem um grupo controlador, com cerca de 75% dos papéis em circulação no mercado. O maior acionista individual é o fundo americano Goldentree, com uma fatia de 7,85%.
A assembleia também vai deliberar sobre a incorporação da Globex Administradora de Consórcios, subsidiária integral da companhia. A Casas Bahia afirma que a medida pode gerar ganhos de eficiência e redução de custos administrativos.