O Grupo Casino encerrou 2024 com um prejuízo consolidado de 295 milhões de euros, apresentando uma melhora em relação ao déficit de 5,661 bilhões de euros registrado em 2023.
O resultado foi impactado por ganhos extraordinários de 3,5 bilhões de euros provenientes da reestruturação financeira, que reduziram drasticamente o endividamento da companhia.
No entanto, o desempenho operacional seguiu pressionado, refletindo o impacto da venda de hipermercados e supermercados e a transição para um modelo de varejo de conveniência.
A receita líquida do grupo caiu 5,4%, totalizando 8,474 bilhões de euros, enquanto o EBITDA ajustado recuou 24,7%, para 576 milhões de euros, resultando em uma margem EBITDA de 6,8%.
Após pagamentos de arrendamentos, o EBITDA caiu ainda mais para 111 milhões de euros, ante 320 milhões de euros em 2023, evidenciando os desafios operacionais da nova estrutura.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) foi fortemente influenciado pela conversão de dívidas em ações, levando a um lucro líquido operacional de 2,169 bilhões de euros, mas sem um reflexo direto na capacidade de geração de valor para os acionistas.
A empresa também reduziu sua dívida líquida para 1,203 bilhão de euros, uma queda de 4,978 bilhões de euros em relação ao ano anterior, fortalecendo sua posição de caixa e melhorando a liquidez para 1,518 bilhão de euros.
O Casino seguiu seu plano de focar em lojas menores e mais ágeis, vendendo 366 hipermercados e supermercados e fechando 768 unidades não lucrativas.
Além disso, investiu em novos conceitos, como o "Oxygène" para Franprix e "La Ferme" para Naturalia, além de reestruturar sua estratégia de marcas próprias. A companhia também reforçou sua participação na aliança de compras Aura Retail, junto a Intermarché e Auchan, para aumentar sua competitividade.
A perspectiva para 2025 dependerá da execução do plano Renouveau 2028, que prevê um crescimento modesto de 0,8% ao ano nas vendas líquidas, um EBITDA ajustado após arrendamentos de 500 milhões de euros em 2028 e um programa de desinvestimentos de ativos para sustentar o caixa.
Com a consolidação da nova estrutura, o desafio será manter a rentabilidade no varejo de conveniência e evitar novas perdas operacionais.