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CEO do JPMorgan defende IPO de gigante chinesa e reforça aposta de longo prazo no país

Jamie Dimon reafirmou o compromisso do banco com o mercado chinês mesmo sob pressões políticas

Publicado em 22 de maio de 2025 às 06h32.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 07h01.

O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou que o banco agiu corretamente ao coordenar a oferta pública de ações (IPO) da gigante chinesa de baterias CATL em Hong Kong, apesar da oposição de parlamentares dos Estados Unidos.

Em entrevista à Bloomberg durante o Global China Summit, em Xangai, Dimon destacou que a empresa não está sob sanções do governo americano, o que foi decisivo para a decisão da instituição financeira.

"Acreditamos que, se fosse errado, não teríamos feito", disse Dimon. A declaração ocorre após o Comitê da Câmara dos EUA sobre o Partido Comunista Chinês pedir que JPMorgan e Bank of America desistissem da operação, alegando ligações da CATL com o exército chinês — acusação que a empresa nega.

O IPO da CATL levantou US$ 5,2 bilhões e se tornou a maior abertura de capital global do ano até o momento. As ações listadas em Hong Kong começaram a ser negociadas com forte valorização e passarão a integrar os índices de ações padrão e de grande capitalização da MSCI a partir de domingo, 2.

Segundo Dimon, o banco realizou ampla análise de risco antes de seguir com a operação. “Fizemos, junto com outros bancos, muita diligência sobre todas as questões levantadas”, afirmou. Ele reforçou que o JPMorgan seguirá a orientação do governo americano caso novas diretrizes sejam impostas.

Além da defesa do IPO, Dimon reiterou o compromisso de longo prazo do JPMorgan com a China, mesmo diante das tensões geopolíticas entre Washington e Pequim. “Somos investidores de longo prazo aqui”, disse. “Temos que lidar com o mundo como ele é, e vamos continuar crescendo.”

A presença do JPMorgan na China tem enfrentado desafios, como reestruturações e cortes de pessoal.

Ainda assim, sinais recentes apontam para uma retomada do mercado, com maior volume de ofertas de ações e estímulos do governo chinês para reativar a economia.

A instituição é hoje o único banco de Wall Street com controle total de suas operações de futuros, valores mobiliários e gestão de ativos no país.

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