Sede do Goldman Sachs em Nova York (Brendan McDermid/Reuters)
Redatora na Exame
Publicado em 31 de março de 2025 às 09h51.
A escalada iminente na guerra comercial global elevou a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos nos próximos 12 meses, segundo estimativa do Goldman Sachs. O banco elevou sua estimativa para 35%, em comparação com a previsão anterior de 20%.
"O aumento da nossa projeção de recessão reflete a base de crescimento mais fraca, a recente deterioração da confiança de famílias e empresas, além de declarações de autoridades da Casa Branca que indicam uma maior disposição para tolerar fraqueza econômica de curto prazo em nome de suas políticas", afirmou o banco.
Embora o sentimento econômico tenha sido um indicador volátil nos últimos anos, o Goldman Sachs alertou que a queda recente na confiança não pode ser ignorada, especialmente porque os fundamentos econômicos estão mais frágeis do que em períodos anteriores.
A análise do banco foi divulgada antes do chamado "Liberation Day", programado para o dia 2 de abril, quando o governo de Donald Trump deverá esclarecer a extensão das tarifas de importação impostas pelos EUA.
O banco espera que o presidente Trump anuncie tarifas recíprocas de cerca de 15% sobre todos os parceiros comerciais dos EUA, embora a exclusão de alguns produtos e países específicos pode reduzir essa média. Caso as tarifas sejam ainda mais agressivas, chegando a 20%, o impacto econômico será mais severo, intensificando os riscos de inflação e desemprego.
Diante desse cenário, o Goldman Sachs prevê um período de estagflação, com crescimento baixo e inflação elevada. As estimativas atuais são de que o núcleo da inflação no final de 2025 seja de 3,5%, enquanto o PIB deve crescer 1%.
O banco acredita que o Federal Reserve deve reduzir a taxa de juros americana ainda este ano, provavelmente com três cortes consecutivos em julho, setembro e novembro. Com isso, a taxa do Fed deve ficar entre 3,50% e 3,75%.
O Goldman Sachs também revisou sua projeção para a taxa de desemprego. A estimativa atual é que o índice, no final de 2025, chegue a 4,5%.