Todos os bilionários do planeta acumularam uma perda de US$ 210 bilhões. (Nathan Laine/Bloomberg/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 10 de março de 2025 às 19h18.
A reviravolta nas fortunas dos bilionários com a posse de Donald Trump deu hoje seu maior passo: após a fala do presidente sobre a possível recessão dos Estados Unidos, as ações da Tesla despencaram 15% na bolsa americana. E a fortuna de Elon Musk, fundador e CEO da empresa, diminuiu em US$ 145 bilhões.
Tesla perde 52% em valor de mercado desde dezembro
O magnata, que está à frente do Department of Government Efficiency (DOGE) na gestão de Trump, perdeu ao todo US$ 157 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. A montadora de carros elétricos, que havia visto suas ações dispararem até 98% após a eleição do presidente, não resistiu ao início do segundo mandato de Trump, com uma desaceleração nas vendas e a perda da confiança do público — especialmente na Europa e na China.
Todos os bilionários do planeta acumularam uma perda de US$ 210 bilhões.
O desempenho da Tesla reflete o impacto das políticas de Trump. Os consumidores na Alemanha abandonaram a marca após o apoio público de Musk a figuras políticas de extrema-direita e as vendas da Tesla no país caíram mais de 70% nos primeiros meses de 2024, enquanto as remessas para a China caíram 49%. Com esses resultados, a fortuna de Musk foi reduzida de forma drástica, chegando a US$ 157 bilhões de perdas desde seu pico de US$ 486 bilhões, registrado em dezembro de 2023.
Outros grandes bilionários também sentiram o impacto dessa nova fase política nos Estados Unidos. Jeff Bezos, fundador da Amazon, viu sua fortuna despencar US$ 31 bilhões, principalmente após a queda de 15% nas ações da gigante do comércio eletrônico. Já Sergey Brin, cofundador do Google, perdeu US$ 23 bilhões, com a Alphabet enfrentando queda de mais de 7% em suas ações devido a resultados financeiros abaixo das expectativas.
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, enfrentou uma perda de US$ 8 bilhões, apesar da empresa ter sido uma das grandes vencedoras durante o período pós-eleição de Trump. A Meta viu suas ações subirem até 19%, mas as perdas recentes a fizeram despencar com outras gigantes tecnológicas, como Apple e Microsoft.
O magnata do luxo Bernard Arnault, dono do conglomerado LVMH, teve uma perda de US$ 5 bilhões, após uma performance de sua empresa que começou positiva no início de 2024, mas perdeu força devido a questões relacionadas a tarifas sobre bens de luxo.
As perdas dessas fortunas, somadas ao impacto de políticas econômicas e comerciais que geraram instabilidade nos mercados, colocam em xeque as expectativas dos super-ricos sobre o segundo mandato de Trump. Enquanto o S&P 500 caiu quase 7% desde a posse, o mercado global continua volátil, refletindo as consequências da administração de Trump, que, até o momento, não tem dado sinais de estabilidade financeira.
(Com informações da Bloomberg)