On: marca suíça de artigos esportivos está rivalizando mercado de tênis com Adidas e Nike (On Running/Divulgação)
Repórter
Publicado em 27 de maio de 2025 às 19h03.
Última atualização em 28 de maio de 2025 às 00h27.
A marca suíça On tem se destacado rapidamente como uma forte competidora no mercado global de artigos esportivos. Especializada em calçados e roupas esportivas de alto padrão, a companhia divulgou que suas vendas líquidas no trimestre, encerrado em 31 de março, cresceram mais de 40%, alcançando 726,6 milhões de francos suíços (equivalente a US$ 869 milhões) na comparação anual.
Diante desta performance em vendas, especialistas apontam que a On vem ganhando espaço frente a rivais tradicionais, como Nike e Adidas, graças a produtos inovadores e ao momento oportuno de sua estratégia.
Tênis da Nike e Adidas devem ficar mais caros após o anúncio de tarifas de Trump ao Vietnã“A principal sacada da empresa foi investir na estética dos calçados”, afirmou Aneesha Sherman, diretora-executiva da consultoria Bernstein, em entrevista à CNBC. “O design é realmente único, diferente de tudo que o consumidor já viu, e isso foi crucial para seu sucesso inicial.”
Quando a On abriu seu capital em 2021, a Nike enfrentava queda nas vendas por conta do enfraquecimento do varejo atacadista e da falta de novidades em seus lançamentos. A Adidas também teve resultados negativos depois de encerrar sua polêmica parceria com o cantor Kanye West.
Embora Nike e Adidas ainda detenham juntas 58% do mercado global, a On representa pouco menos de 3%, segundo números da companhia americana de dados financeiros FactSet. No entanto, sua taxa de crescimento nos lucros tem superado ambas nos últimos trimestres.
“Além do design, a sorte também foi um fator para que, a partir de 2021, a On alcançasse grande escala junto ao público em massa”, explicou Sherman. “Naquele momento, os varejistas começaram a buscar marcas emergentes com alto potencial para ocupar espaço nas prateleiras, e a On soube aproveitar essa oportunidade.”
Atualmente, a Nike está implementando um plano de recuperação sob a liderança do novo CEO, Elliott Hill, o que pode representar um desafio para a On, segundo analistas.
Além disso, a empresa suíça enfrenta incertezas quanto a tarifas de importação. Cerca de 90% dos calçados da On são produzidos no Vietnã, país que, de acordo com os anúncios do presidente Donald Trump, pode ser alvo de uma taxa de importação de 46%.
Em entrevista à revista EXAME, na edição de abril, o Co-CEO da On, Martin Hoffmann, demonstrou otimismo com a operação da marca suíça no Brasil. "Estamos crescendo aí, o país está entre os nossos dez principais mercados, dobrou no ano passado, principalmente pelo trabalho dos varejistas. O cliente brasileiro é alguém que se importa com a forma como aparece, como se veste".
O executivo ressaltou que o país representa uma grande oportunidade para a empresa expandir seu alcance no mercado da América Latina e não descartou investir em lojas físicas no futuro. "Ao mesmo tempo, o Brasil tem uma grande influência sobre o mercado latino-americano, o que é importante para nós. Não temos uma loja de varejo própria no Brasil ainda, mas isso está na lista, virá logo".