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Conselho da Oncoclínicas aprova aumento de capital de até R$ 2 bi: falta o aval dos acionistas

Companhia pode emitir até 666,6 milhões de novas ações; papel deve sair a R$ 3 na oferta

Companhia também recusou proposta não solicitada da Starboard Asset (Oncoclínicas/Reprodução)

Companhia também recusou proposta não solicitada da Starboard Asset (Oncoclínicas/Reprodução)

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 11h58.

O Conselho de Administração da Oncoclínicas (ONCO3) aprovou proposta de aumento de capital social que deve injetar até R$ 2 bilhões na companhia. A companhia deverá emitir até 666,6 milhões de novas ações pelo preço de R$ 3, a um grupo restrito de investidores.

A proposta ainda será analisada em assembleia geral extraordinária (AGE) com acionistas, marcada para o dia 8 de outubro.

Alta alavancagem financeira

O aumento de capital visa reduzir a alavancagem da empresa (4,4x no fim do segundo trimestre), diminuir a dívida líquida (R$ 3,9 bilhões) e reforçar o caixa. A Oncoclínicas sofreu atrasos de pagamento de operadores de saúde e só a dívida da Unimed Ferj, do Rio de Janeiro, é de R$ 790 milhões, de acordo com companhia.

A Oncoclínicas também informou que a proposta não solicitada da Starboard Asset, para  reestruturação financeira da empresa, foi rejeitada.

A companhia alegou que os termos não atendem os interesses dos acionistas, pontuou a ausência de indicação de preço, alto risco de execução e desconto relevante no valor da dívida que seria adquirida pela Starboard.

Melhora da estrutura de capital

Mas empresa comunicou que não descarta a possibilidade de avaliar outras propostas. A Oncoclínicas também reiterou que Bruno Lemos Ferrari, acionista fundador, segue como CEO da companhia.

Ainda no comunicado feito ao mercado, diz que segue adotando medidas para aprimorar sua estrutura de capital e otimizar o posicionamento estratégico, de acordo com as condições de mercado.

A Onclínicas esclareceu também que está renegociando contratos de dívida e participação em ativos e projetos considerados não essenciais. A empresa tem realizado vendas de hospitais e reduzindo a exposição em operações não oncológicas.

Desinvestimentos

No final de agosto, a companhia anunciou a venda de participação em 84% do Complexo Hospitalar Uberlândia, na cidade de mesmo nome em Minas Gerais.

No mesmo período, a Oncoclínicas vendeu o Hospital de Oncologia no Meier, no Rio de Janeiro. A aquisição foi feita pela Hapvida (HAPV3). O estabelecimento hospitalar vinha dando elevado prejuízo a Oncoclínicas.

A empresa planeja ainda vender seu hospital em Belo Horizonte (MG) e também sua participação em 50% de uma joint venture na Arábia Saudita, para seu sócio no país Al Faisaliah.

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