Invest

Corrida do ouro: metal dispara 50% em 2025 e bate recorde histórico

Investidores institucionais e aportes em ETFs impulsionam maior rali do ouro desde 1979

Ouro: metal precioso é usado como proteção contra incertezas (OsakaWayne Studios/Getty Images)

Ouro: metal precioso é usado como proteção contra incertezas (OsakaWayne Studios/Getty Images)

Publicado em 6 de outubro de 2025 às 14h13.

Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 14h30.

O ouro registra em 2025 sua maior valorização em mais de quatro décadas, em meio a uma onda de “FOMO” — o medo dos investidores de ficar de fora dos ganhos.

O metal acumula alta superior a 50% no ano e atingiu preço recorde de US$ 3,94 mil a onça-troy nesta segunda-feira, 6, segundo informações do jornal britânico Financial Times. Trata-se do melhor desempenho anual desde 1979.

O disparo nos preços foi impulsionado inicialmente pela guerra comercial desencadeada pelo presidente Donald Trump, que levou investidores a buscar ativos de proteção e pressionou o dólar para baixo.

Mesmo após a redução da volatilidade ligada às tarifas, a escalada continuou: em setembro, a cotação avançou quase 12%, maior salto mensal desde 2011.

Corrida do ouro

De acordo com o FT, a alta recente tem sido alimentada por uma nova onda de investidores institucionais, como fundos de pensão, que passaram a incluir ouro de forma estratégica em carteiras tradicionalmente compostas por ações e títulos.

O banco Morgan Stanley sugeriu substituir o modelo tradicional de alocação 60/40 entre ações e renda fixa por uma divisão 60/20/20, em que o ouro teria o mesmo peso da renda fixa.

Outro fator central foram os aportes em fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro, que atraíram US$ 13,6 bilhões apenas nas últimas quatro semanas, de acordo com dados do World Gold Council. 

No acumulado do ano, mais de US$ 60 bilhões líquidos já foram direcionados para o metal, recorde histórico.

O volume de ouro sob gestão desses fundos ultrapassou 3,8 mil toneladas, próximo ao pico registrado durante a pandemia de covid-19.

A demanda, segundo o jornal, também reflete preocupações com a emissão recorde de dívida soberana em países ricos, o que torna os títulos de renda fixa menos atrativos como instrumento de diversificação. Esse cenário, somado à pressão de Trump sobre o Federal Reserve para manter juros baixos, reforça o papel do ouro como proteção contra incertezas de longo prazo.

Acompanhe tudo sobre:OuroPreçosInvestidoresMoedasCommodities

Mais de Invest

Itaúsa, Bradespar e Simpar dependem de dividendos — saiba se elas também vão ser tributadas

EUA não produz carne suficiente para atender loucura por proteína: a análise de dono da JBS no ‘FT’

Ibovespa opera em queda e perde os 144 mil pontos

Banco PAN tem consignado privado para CLT com taxa de 2,36%